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Análise da Apple TV 4K (2021): ainda faz sentido ter uma?

A Apple TV sempre foi um produto de nicho — a própria empresa já se referiu ao set-top box como um “hobby” diversas vezes no passado. Em 2021 o produto ganhou uma nova geração que traz um chip mais poderoso, um novo controle remoto e a mesma experiência presente em outros modelos de Apple TV com o sistema tvOS.

Em um mercado em que todos os principais serviços de streaming (incluindo os da própria Apple) estão disponíveis em qualquer dispositivo, ainda faz sentido pagar caro para ter uma Apple TV conectada nos televisores mais modernos da atualidade?

Testei a nova Apple TV de 2021 pelos últimos meses para compartilhar minhas opiniões sobre o produto em mais uma análise do iHelp BR.

O que é uma Apple TV?

Embora a resposta para essa pergunta pareça óbvia para alguns leitores, é importante explicar o que exatamente é a Apple TV por se tratar de um produto não muito popular.

Assim como o Amazon Fire TV e o Roku, a Apple TV é um dispositivo que pode ser conectado em televisores ou monitores e oferece diversos aplicativos. Além dos principais serviços de streaming, os usuários também encontram jogos e toda a experiência do ecossistema da Apple na Apple TV.

O produto existe desde 2007 e já passou por várias reformulações desde então. A principal delas aconteceu em 2015 quando a empresa anunciou a Apple TV de quarta geração. Esse foi o primeiro modelo a rodar um sistema totalmente baseado no iOS e com acesso à App Store e aplicativos de terceiros.

De início, a Apple TV era promovida como um acessório para trazer vida nova aos televisores — que na época não contavam com aplicativos e outras funções inteligentes. Com a popularização das Smart TVs, a Apple teve que buscar novas maneiras de tornar o produto atrativo com a App Store e chips mais poderosos.

O que vem na caixa

A caixa da Apple TV é bem minimalista, mas dessa vez a Apple deixou bem evidente a principal novidade da sexta geração do produto: o novo Siri Remote. A versão redesenhada do controle remoto da Apple TV já vem estampada na caixa do produto.

Dentro dela, o consumidor encontra a Apple TV com o cabo de energia, Siri Remote, um cabo Lightning para USB padrão (utilizado para recarregar a bateria do controle remoto) e a documentação. Como estamos falando de um produto da Apple, o cabo HDMI não vem incluso na caixa — você precisa adquiri-lo separadamente caso não tenha algum sobrando em casa.

Ainda na caixa da Apple TV, a empresa destaca algumas das funcionalidades do produto, incluindo o suporte ao AirPlay, AirPods e a disponibilidade de aplicativos como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e YouTube. O Apple TV+ e o Apple Music, é claro, também são mencionados.

Configuração rápida e integrada

Já não é surpresa dizer que a configuração de dispositivos e acessórios da Apple é extremamente simples. Com a Apple TV não é diferente. Embora seja um produto com vida própria, a Apple faz bom uso da integração de todo o seu ecossistema e permite que o dispositivo seja configurado rapidamente através do iOS.

Basta aproximar o iPhone ou iPad da Apple TV e o sistema já exibe um código na tela da TV para realizar o emparelhamento. Com isso, informações como o ID Apple, senhas de Wi-Fi e algumas preferências do sistema são automaticamente sincronizadas com a set-top box.

Caso o usuário prefira, a Apple TV pode ser configurada manualmente pelo próprio aparelho sem a necessidade de um dispositivo iOS. Todo o processo não leva mais de cinco minutos.

tvOS

O que torna a Apple TV especial é o sistema tvOS, que nada mais é do que uma versão do iOS com a interface adaptada para o formato de televisão. Apesar das diferenças, o tvOS utiliza vários elementos visuais do iOS. Isso certamente faz com que a navegação seja mais intuitiva para quem já está habituado com outros dispositivos da Apple.

Por padrão, o usuário encontra alguns poucos aplicativos da Apple pré-instalados, incluindo o aplicativo Apple TV, Apple Music, Fotos do iCloud, Podcasts e iTunes Store. Apps e jogos de terceiros podem ser baixados a qualquer momento através da App Store.

É possível criar múltiplos perfis de usuário para separar o progresso de jogos e sugestões de conteúdos, transmitir vídeos em 4K através do AirPlay, conectar controles de PlayStation e Xbox e até mesmo dividir o áudio entre dois pares de AirPods ao mesmo tempo.

O sistema também permite a reprodução de certos vídeos em Picture-in-Picture com uma pequena janela que se sobrepõe aos demais elementos do sistema, automações do HomeKit, interação com a assistente virtual Siri e muito mais.

O poder do iPhone na sua TV

A Apple TV de sexta geração é equipada com o chip A12 Bionic, o mesmo do iPhone XS, iPad Air de terceira geração e também do iPad 8. Embora não seja o que a Apple tem de melhor no mercado, o A12 Bionic ainda é extremamente poderoso para os padrões atuais.

Em termos mais técnicos, o chip conta com quatro núcleos de 1.6GHz voltados para economia de energia e dois núcleos de 2.5GHz para tarefas de alta performance. Além disso, o dispositivo possui 3GB de memória RAM, o que é mais do que suficiente para rodar vários apps e jogos no sistema tvOS da Apple TV.

Se iPhones e iPads com o chip A12 ainda apresentam desempenho excelente, o mesmo pode ser dito sobre a Apple TV 4K de 2021. O dispositivo funciona com extrema fluidez e não há engasgos nas animações ou troca de aplicativos. Mesmo os jogos 3D rodam em resolução 4K sem problemas.

Mas vale notar que a nova Apple TV não é tão mais poderosa que modelo de 2017, que utiliza o chip A10X Fusion. O novo set-top box é cerca de 20% mais rápido que a primeira Apple TV 4K. Como o A10X tem um processador gráfico com 12 núcleos contra apenas 4 núcleos do A12, os ganhos de performance são bem discretos na prática e quase imperceptíveis para quem vem da geração anterior.

Mas claro, ter um chip mais recente também significa melhor compatibilidade com recursos atuais e, consequentemente, atualizações e suporte garantidos por mais tempo.

Uma App Store de possibilidades

Conforme mencionei no início da análise, os modelos mais recentes da Apple TV contam com a App Store, a mesma loja de aplicativos disponível no iPhone, iPad e outros dispositivos da marca. Embora a App Store do tvOS não tenha tantos apps como no iOS, você provavelmente vai encontrar todos os aplicativos de streaming mais populares.

Para citar alguns exemplos, estão disponíveis os apps do Amazon Prime Video, DirecTV Go, Crunchyroll, Disney+, Globoplay, HBO Max, Netflix, Paramount+, Premiere, Star+, Telecine Play e YouTube. O usuário também encontra na App Store do tvOS outros serviços como Amazon Music, Claro Vídeo, Facebook Watch, PlayKids, Spotify, Vevo e VLC.

Vários desses aplicativos também estão disponíveis nas principais Smart TVs do mercado atualmente, mas é inegável que a experiência no tvOS é superior em alguns casos — e isso sem contar que é comum determinado aplicativo ser exclusivo de uma marca específica de TV, enquanto você pode baixar todos eles facilmente em sua Apple TV.

O HBO Max é um ótimo exemplo, já que o app de televisores comuns é alvo constante de reclamações por conta de seu reprodutor de vídeo problemático e legendas mal posicionadas. No tvOS, o app usa o reprodutor nativo da Apple e esses problemas simplesmente não existem.

O YouTube também sai em vantagem na Apple TV. Mesmo tendo uma TV 4K, nem sempre é possível reproduzir vídeos na resolução máxima com o app do YouTube para Smart TVs. Com a nova Apple TV, os vídeos não apenas rodam em 4K como também em HDR e até 60 quadros por segundo.

Claro que nem tudo é perfeito. Existem sim alguns apps que não oferecem uma boa experiência mesmo no tvOS. Mas, em geral, a navegação, desempenho e o reprodutor de vídeo costumam ser melhores nos apps da Apple TV do que em plataformas concorrentes — e falo isso já após testar também o Amazon Fire TV.

Vale lembrar que a Apple TV está disponível em versões com 32GB e 64GB de armazenamento. No geral, como todo o conteúdo da Apple TV é feito por streaming e não fica salvo na memória do aparelho, o modelo de 32GB costuma atender a maioria dos usuários. O modelo de 64GB é ideal apenas para quem pretende instalar muitos jogos na Apple TV.

Tudo em um só lugar

Um dos principais atrativos da Apple TV é fazer com que tudo funcione como uma coisa só através do aplicativo Apple TV. Apesar da nomenclatura confusa (sim, existe um serviço chamado Apple TV+ dentro do aplicativo Apple TV na Apple TV), o aplicativo Apple TV promove a integração entre vários serviços de streaming em um só lugar.

Ao instalar um aplicativo compatível com o app Apple TV, o sistema pergunta se o usuário deseja integrá-lo ao app. No Brasil, alguns dos apps compatíveis são: Star+, Disney+, HBO Max, Prime Video, Globoplay, PlayKids e Claro Vídeo.

Quando esses apps estão conectados ao aplicativo Apple TV, todo o conteúdo pode ser encontrado no mesmo lugar. Isso significa que você não precisa perder tempo abrindo cada app para explorar o catálogo de todos os serviços que você assina, já que as séries e filmes de todos eles vão aparecer no aplicativo Apple TV.

E isso é ótimo porque o usuário não precisa pensar em qual das plataformas está o seu filme favorito. Basta utilizar a busca do aplicativo Apple TV e o próprio app irá indicar onde aquele conteúdo está disponível. Com apenas um clique, o tvOS te redireciona para a reprodução do filme ou série dentro do app em que está disponível.

Há também dentro do mesmo aplicativo os “Canais da Apple TV”, que são conteúdos que podem ser assinados dentro do próprio aplicativo da Apple sem a necessidade de baixar, instalar e criar uma nova conta em outros apps. Nessa modalidade, estão disponíveis o Apple TV+, Paramount+, StarzPlay, MGM, Adrenalina Pura e Noggin (da Nick Jr.).

Ao assinar um Canal da Apple TV, não apenas o catálogo é exibido dentro do aplicativo Apple TV como também os vídeos são reproduzidos ali mesmo. Outra vantagem é que essas assinaturas podem ser compartilhadas com a família através do iCloud e também são sincronizadas automaticamente com outros dispositivos da Apple.

A integração com a loja de filmes da Apple (a antiga iTunes Store) também está presente no aplicativo Apple TV, que oferece desde clássicos até lançamentos para serem comprados ou alugados sem vínculo com qualquer serviço de streaming. A empresa oferece conteúdos custando a partir de R$3 que ficam disponíveis para sempre após a compra (ou por 48 horas em caso de aluguel).

Mas além de reunir vários catálogos em um só lugar, o aplicativo Apple TV também organiza tudo o que o usuário está assistindo no momento. A aba “Seguintes” mostra exatamente em qual parte do filme ou episódio de série o usuário parou, ou qual é o próximo episódio a ser assistido.

É possível colocar os conteúdos na fila para assisti-los em outro momento e explorar sugestões de filmes e séries com base nos conteúdos que você assistiu anteriormente. Quando algum amigo te envia o link de um filme ou série por iMessage, a própria Apple TV mostra aquele conteúdo nas recomendações do aplicativo.

O aplicativo Apple TV exibe uma lista de conteúdos relacionados, trailers e até mesmo lista de elenco e equipe — basta tocar em um nome para ver outros filmes e séries associados com aquele ator ou diretor.

Tudo isso faz com que a Apple TV praticamente não tenha concorrência nesse quesito, já que é difícil encontrar um sistema que se integre tão bem com vários serviços de streaming como o tvOS faz.

Novo Siri Remote

Se você já teve uma Apple TV de quarta ou quinta geração provavelmente conhece o Siri Remote. Com a chegada da App Store e aplicativos mais complexos ao dispositivo, a Apple precisou reinventar o controle remoto da Apple TV — que antes tinha apenas alguns poucos botões de navegação e controle de mídia.

O Siri Remote se destacou por ter um mini trackpad em sua superfície de vidro, que permite a navegação por gestos através do controle. No entanto, isso sempre incomodou alguns usuários, já que em algumas situações era muito mais prático navegar pela interface com os antigos botões clicáveis.

Com a Apple TV de sexta geração, a Apple redesenhou mais uma vez o Siri Remote, dessa vez com uma mistura entre o controle original da Apple TV e aquele mais moderno com trackpad. Logo de cara já é possível notar a diferença entre o antigo e o novo Siri Remote por conta da construção dos controles.

Enquanto o Siri Remote original tem a parte superior toda em vidro, o novo Siri Remote é feito totalmente em alumínio. Particularmente, a mudança me agradou bastante já que o vidro pode simplesmente quebrar em uma queda — e convenhamos que é bastante comum derrubar um controle remoto no chão.

Além do material diferente, o novo controle remoto da Apple TV é maior e mais espesso. É até estranho dizer isso sobre um produto da Apple, mas há uma boa justificativa para essa mudança. O Siri Remote original é tão fino e compacto que muita gente acabava perdendo-o com facilidade nas entranhas do sofá. O novo formato definitivamente evita essas situações.

Mas a principal diferença mesmo fica por conta do trackpad. Ao invés de uma área dedicada exclusivamente aos gestos, a Apple trouxe de volta os botões comuns de navegação. Ainda sim, essa área em formato circular continua sendo sensível ao toque, o que dá ao usuário a opção de navegar pela interface através de “setas” ou deslizando o dedo para os lados.

Como mencionei anteriormente, a navegação por gestos funciona muito bem em alguns casos, porém acaba atrapalhando em determinadas situações. Usar o teclado virtual do tvOS com as “setas” do novo Siri Remote, por exemplo, é bem mais prático por conta da precisão para escolher os caracteres na tela.

Há ainda outra função bastante interessante no novo trackpad que faz com que ele funcione como uma “Click Wheel” — aquela famosa “rodinha” dos antigos iPods. Ao pausar a reprodução de um vídeo, é possível avançar ou retroceder com um simples movimento de círculo na área do trackpad. Na prática, esse gesto é bem mais funcional do que ter que arrastar o dedo infinitamente para os lados.

A Apple também adicionou dois novos botões ao Siri Remote. Um deles é o botão para colocar o som no mudo, algo simples porém que fazia muita falta no antigo controle. Há também um botão liga/desliga no topo que é capaz de controlar tanto a Apple TV e o televisor com um único clique. Bem melhor do que ter que acessar a Central de Controle do tvOS para desligar a TV.

O Siri Remote manteve a conexão Bluetooth e também o microfone embutido para ser utilizado com a Siri e recurso Ditado, porém o novo controle perdeu alguns sensores. Por razões desconhecidas, a Apple removeu o acelerômetro e o giroscópio do novo controle da Apple TV.

Juntos, esses sensores conseguem detectar os movimentos feitos pelo usuário. Tais tecnologias são bastante utilizadas por alguns jogos, como aqueles de corrida em que é preciso girar o celular (ou o controle, nesse caso) para movimentar o carro. Sem esses sensores, a Apple TV perdeu essa habilidade. Caso queira jogar na Apple TV, a Apple recomenda a utilização de um joystick compatível.

O Siri Remote da Apple TV continua com uma bateria interna ao invés de pilhas e a recarga pode ser feita através de um cabo Lightning. Os usuários dificilmente vão ter que se preocupar com a bateria, que normalmente dura meses com uma única carga completa.

No fim das contas, apesar de ter perdido alguns sensores, as mudanças no Siri Remote são extremamente positivas e melhoram bastante a experiência de uso da Apple TV e do sistema tvOS.

Jogos existem, mas…

Embora o foco da Apple TV esteja na reprodução de mídias, o aparelho também serve como uma espécie de console. Com o chip A12 Bionic e a App Store, o dispositivo é capaz de rodar diversos jogos, até mesmo alguns com gráficos razoavelmente intensos.

Títulos como Real Racing 3, Asphalt 8, LEGO Star Wars, Crossy Road, SongPop, Oceanhorn 2, Hot Lava e The Last Campfire podem ser encontrados na App Store do tvOS (alguns, porém, são exclusivos para assinantes do Apple Arcade). É possível se divertir bastante com esses jogos, mas há alguns pontos a serem comentados.

O Siri Remote está longe de ser um controle para jogos. Na realidade, vários jogos são incompatíveis com o controle da Apple — o que significa que você precisa de um joystick de verdade caso queira utilizar a Apple TV para jogos. Caso você já tenha um controle dos modelos mais recentes de Xbox ou PlayStation em casa, é possível emparelhá-los na Apple TV.

No entanto, enquanto a Apple também tenta promover a Apple TV como um console, são poucos os jogos disponíveis na plataforma. Títulos como GTA nunca estiveram disponíveis para o sistema tvOS, enquanto outros como Minecraft chegaram a ser lançados para Apple TV, porém foram descontinuados tempos depois.

Embora você possa tentar utilizar a Apple TV como um console de jogos, é melhor repensar a compra do produto caso esse seja o único propósito.

Ecossistema completo

A Apple TV funciona como um dispositivo independente. O usuário pode acessar os aplicativos, reproduzir músicas, assistir a filmes e jogar sem a necessidade de ter um iPhone ou um Mac por perto. No entanto, é junto aos outros dispositivos da marca que a Apple TV brilha de verdade.

Mesmo com outros televisores já possuindo suporte a alguns serviços da empresa como o Apple TV+, Apple Music e também AirPlay, esses recursos naturalmente funcionam melhor no sistema tvOS. Tenho duas TVs da Samsung com AirPlay — e embora ambas contem com AirPlay nativo, a conexão com a Apple TV é mais rápida e estável.

Para quem possui acessórios de automação residencial, a Apple TV aprimora essa experiência por ser um hub central do HomeKit. Com isso, todos os acessórios passam a responder os comandos através da Apple TV, que provavelmente estará sempre ligada em casa. Isso permite o controle dos aparelhos de automação como lâmpadas e interruptores mesmo à distância.

Ao ligar a Apple TV em um televisor compatível, é possível utilizar a assistente virtual Siri em outros dispositivos Apple para alguns comandos básicos como ligar e desligar a televisão. Outra possibilidade é a criação de cenas do HomeKit que utilizam a TV — eu por exemplo já configurei minha Apple TV para ligar e tocar uma playlist do Apple Music assim que eu acordo, com base no despertador do iPhone.

Apesar de ainda indisponível no Brasil, o HomePod também funciona muito bem com a Apple TV. É possível utilizar o alto-falante inteligente da Apple como som principal da TV e até mesmo combinar dois HomePods em um par estéreo. Graças ao conector HDMI com tecnologia eARC, os HomePods também podem ser utilizados para transmitir o som de outras fontes da TV (como um videogame ou rede aberta) através da Apple TV.

Sempre que é necessário digitar alguma coisa dentro de um aplicativo, uma notificação aparece imediatamente na tela do iPhone para que o usuário possa utilizar o teclado do celular. Já o login em aplicativos do tvOS pode ser concluído com o Face ID ou Touch ID de um iPhone ou iPad.

Outra vantagem da Apple TV é o suporte aos AirPods. Dá para assistir a um filme ou série com os fones sem incomodar outras pessoas ou até mesmo dividir o som para outro par de AirPods. Tudo isso com pareamento rápido e descomplicado, como se espera dos fones sem fio da Apple.

Claro que existem algumas falhas e coisas a serem aprimoradas, mas esse tipo de integração está longe de existir em outros ecossistemas.

Vale a pena?

Recomendar a compra de uma Apple TV é um tanto difícil. Com o preço oficial de R$2.399 na versão com 32GB e R$2.599 para o modelo com 64GB, a Apple TV é um dispositivo muito caro quando se considera o custo-benefício do produto.

A experiência que o dispositivo proporciona para o consumo de mídias é realmente incrível já que os aplicativos são quase todos muito bem construídos e tudo é muito fluido. Só que, ao mesmo tempo, toda essa fluidez e performance não justificam o alto preço do produto. Afinal, os conteúdos são os mesmos que você encontra em várias Smart TVs e set-top boxes mais baratos.

Já aqueles que pretendem jogar na Apple TV também podem se decepcionar com o produto. Apesar de todo o poder do chip A12 Bionic, o catálogo de jogos disponíveis para o sistema tvOS é bastante limitado e quase não há títulos que realmente chamam a atenção. Pelo valor, compensa muito mais investir em um Xbox Series S se esse é o propósito.

O produto realmente se destaca por conta da integração com outros dispositivos Apple, e esse provavelmente seja o único motivo real para comprar uma Apple TV em 2021. Por mais que existam boas alternativas no mercado, nenhuma delas vai se comunicar tão bem com iPhones, iPads e Macs quanto a Apple TV.

Ter uma Apple TV pode fazer a diferença se você possui outros aparelhos da Apple, acessórios HomeKit em casa e se utiliza a assistente virtual Siri e outros serviços da empresa como o Apple Music, Apple TV+ e Apple Fitness+.

Para quem realmente quer uma Apple TV e nunca teve contato com o produto, uma boa alternativa é comprar o modelo anterior da Apple TV 4K — que não é mais vendido oficialmente pela Apple mas pode ser encontrado no varejo por preços mais acessíveis. 

Já os usuários que possuem a Apple TV 4K de 2017 não devem notar muitas diferenças ao atualizar para o novo modelo, exceto pelo Siri Remote redesenhado — que de fato está bem melhor — e suporte ao eARC para usar os HomePods como alto-falante padrão da TV. As diferenças ficam mais notáveis se comparadas ao modelo HD de 2015, que ainda é comercializado pela Apple.

No fim das contas, a Apple TV é mais um luxo do que uma necessidade. Você provavelmente não precisa de uma (especialmente se considerar o valor oficial do produto), mas com certeza se surpreenderá com a experiência do tvOS e a integração com os demais produtos da Apple.

Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.