O iPhone 11 chegou. Embora não seja exatamente a mudança que alguns esperavam, a nova geração do celular da Apple trouxe novidades significativas em aspectos fundamentais para vários usuários. Com meu iPhone 11 Pro Max em mãos, a variante considerada topo-de-linha deste ano, é o momento de compartilhar minha experiência com o aparelho até agora.
Estou com ele há dois meses, então é tempo suficiente para formar opiniões sobre o que melhorou e o que me incomoda. Meu celular anterior era um iPhone X, de 2017, então a maioria das comparações feitas aqui são com ele.
Já adianto que sim, a câmera é o grande destaque do iPhone 11 Pro Max, mas o novo telefone da Apple tem vários outros pontos que merecem destaque — e a análise abordará principalmente eles. No mais, ele é um iPhone como qualquer outro lançado nos últimos anos.
As opções
Gosto sempre de destacar nas minhas análises todas as opções disponíveis para compra e o motivo da minha decisão. Até porque, antes mesmo de ter o aparelho em mãos, pensei muito em qual dos novos iPhones escolher. Mais uma vez, a Apple lançou três novos modelos: iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max.
O primeiro é considerado uma continuação do iPhone XR, com tela LCD, estrutura reforçada por alumínio e duas câmeras na parte traseira. Já a linha Pro segue no caminho dos iPhones X e XS com tela OLED, laterais em aço inoxidável e agora três câmeras traseiras. Na versão Pro Max, a diferença está apenas no tamanho da tela.
Como eu tinha um iPhone X e câmeras sempre me interessaram, o iPhone 11 Pro me pareceu ser a escolha mais natural para uma atualização. Nesse ano, porém, a decisão foi bem mais difícil. O iPhone X só estava disponível em uma única versão com apenas duas opções de armazenamento e em duas cores diferentes.
No caso do iPhone 11 Pro, me questionei durante muito tempo se deveria continuar no modelo com tela de 5.8 polegadas ou experimentar o Pro Max, com a enorme tela de 6.5”. Já passei pelo iPhone 6 Plus e, embora eu adorasse a tela grande, era um tanto incômodo utilizá-lo apenas com uma mão.
Estava convencido de que compraria o iPhone 11 Pro, porém sentia falta de ter um celular maior para jogar, assistir e, principalmente, editar fotos. Ao considerar também que os novos iPhones são visualmente parecidos com os anteriores, o iPhone 11 Pro Max seria a oportunidade de ao menos ter algo diferente do que eu já estava acostumado.
A questão da cor também me fez pensar bastante. Sempre comprei o iPhone preto ou cinza espacial. Os outros são bonitos, mas penso que enjoaria fácil deles. Quando vi as fotos do iPhone 11 Pro na cor verde meia-noite fiquei muito interessado. Ele é diferente, mas tem uma personalidade similar a dos iPhones pretos. Foi uma compra às cegas, já que eu não tinha visto o aparelho pessoalmente ainda.
Estava convencido de que compraria um iPhone com 64GB de armazenamento interno, que era a capacidade dos meus dois últimos celulares e sempre me atendeu bem. Mas, nesse ano, notei que estava usando mais o celular para fotos e jogos — o Apple Arcade pesou bastante nessa questão.
Eu não queria comprar um iPhone novo com uma câmera incrível e não ter espaço para aproveitá-la. Dessa vez, fiquei com a opção de 256GB. Sem arrependimentos.
Depois de tudo isso, aqui começa a minha análise do iPhone 11 Pro Max de 256GB na cor verde meia-noite.
Novidades na caixa
Nesse ano, as novidades do iPhone começam já na caixa do celular. Não só em aparência, mas no conteúdo. Até porque a caixa em si é bem parecida com todas as outras, com a diferença de que o iPhone 11 Pro e Pro Max vêm em uma embalagem preta.
O iPhone já aparece logo ao abrir a caixa, algo que não acontecia há alguns anos — os folhetos ficavam acima do aparelho. Dessa vez, ao invés de colocar o celular com a tela para cima, o usuário já vê a parte traseira do iPhone, exatamente como na ilustração da caixa. A Apple provavelmente pensou que seria uma forma interessante de causar impacto, já que a parte traseira é bem chamativa por conta das cores e câmeras.
Além do iPhone, a caixa vem com a documentação padrão, adesivos da Apple na cor branca e… surpresa! Um cabo de Lightning para USB-C e um adaptador de tomada de 18W que oferece recarga rápida. Depois de muita reclamação, a empresa finalmente deixou de lado o antigo cabo USB com o adaptador de 5W, mas só na versão Pro.
Para quem, como eu, tem um Mac mais recente, é ótimo receber o cabo USB-C já na caixa do iPhone. Eu tive que comprar um cabo por conta própria no passado, que custa R$149, para não depender de adaptadores.
Sobre o adaptador de tomada, confesso que nunca fez muita diferença para mim. Bateria já não era um problema no iPhone X e eu só costumava colocar o celular na tomada ao dormir, então nunca me importei com o celular demorar três horas para ser recarregado.
Porém, é claro, estamos falando de um celular bem caro. Então é ótimo ver que a Apple agregou valor ao conjunto com uma melhoria nos acessórios que o acompanham. Mas não vou mentir, o carregador rápido já me salvou algumas vezes em que esqueci de recarregar o celular durante a noite.
Com cerca de 40 minutos na tomada com o adaptador de 18W, a bateria do iPhone 11 Pro Max pulou de 20% para 80%. Entre 80% e 100% a carga é mais demorada, porém a recarga completa não costuma demorar mais de 1 hora e 30 minutos. Agora faço questão de deixar esse adaptador na mochila para alguma emergência.
Primeiras impressões
Estava ansioso para abrir a caixa e finalmente ver de perto o tão comentado iPhone 11 Pro Max na cor verde meia-noite. Fui surpreendido positivamente, já que a cor é realmente bem bonita e discreta. Na maior parte do tempo, o verde até se parece muito com o cinza-espacial. O verde só se destaca mesmo quando está diante de alguma luz forte.
De certa forma, as imagens promocionais do celular são um tanto exageradas. Se você está com dúvidas sobre como é o verde meia-noite, recomendo que vá em uma loja vê-lo pessoalmente. Nem mesmo as fotos dessa análise são totalmente fiéis ao tom real de verde do iPhone. É uma boa opção para quem não quer um iPhone branco ou dourado mas já cansou do preto.
Assim como o iPhone X e o iPhone XS, o iPhone 11 Pro (e o Pro Max) possuem a parte traseira de vidro com as laterais de aço inoxidável. Mas há uma diferença notável entre eles: enquanto os modelos antigos contam com vidro brilhante, o vidro do iPhone 11 Pro e Pro Max é fosco.
Estava com receio de não gostar desse acabamento, mas a verdade é que ele é muito bonito e parece ser até mais premium. Quem vê pela primeira vez até pensa que o celular é de alumínio, mas logo se percebe que se trata de um vidro diferente. Aliás, justamente por ser fosco, a traseira praticamente não fica com marcas de dedos visíveis ao segurar o celular sem capa.
A parte traseira do iPhone também ficou mais limpa. Nem mesmo o nome “iPhone” aparece mais, tendo apenas o símbolo da Apple centralizado. Isso me pareceu um tanto estranho no começo, mas acabei gostando mais assim do que como era antes.
Depois de usar o iPhone X por dois anos, eu já estava desacostumado com o formato “Plus” ou “Max” dos telefones da Apple. A sensação foi, mais uma vez, de segurar um telefone enorme e desproporcional nas mãos. Mas rapidamente me acostumei de novo com o tamanho e o irmão menor do iPhone já até me parece pequeno demais.
Algo que me incomodou logo de cara e ainda me incomoda é o peso desse celular. O iPhone 6 Plus pesa 172 gramas, enquanto o iPhone X pesa 174 gramas. Já o iPhone 11 Pro Max pesa 226 gramas, o que é um aumento considerável em relação aos modelos anteriores. Além de mais pesado, o aparelho também ficou mais grosso, agora com 8,1 milímetros de espessura.
Isso tem um lado bom e um lado ruim. O aumento no peso e espessura se deve ao fato de que a Apple utilizou uma bateria bem maior no celular, o que é ótimo. Além disso, o iPhone 11 Pro Max passa uma sensação de robustez e fica mais firme na mão, ao contrário do meu antigo iPhone 6 Plus.
A parte ruim é que o celular incomoda na mão ao usá-lo por muito tempo. Eu gosto do tamanho e vou entrar em mais detalhes sobre a tela no próximo tópico, porém as dores nas minhas mãos se tornaram frequentes. Tenha isso em mente ao considerar o modelo maior.
Por incrível que pareça, a câmera traseira não me incomodou. Esse provavelmente é o aspecto mais polêmico do iPhone 11 Pro e, honestamente, eu não me importo. De perto é até elegante, já que a parte da câmera é construída na mesma peça de vidro do celular, porém com acabamento brilhante e com as lentes em destaque.
É uma câmera que, só de olhar, já dá aquela sensação de “esse celular deve fazer fotos incríveis”. No demais, você provavelmente não vai olhar para a traseira do celular o tempo todo para se incomodar com isso. A parte inferior do iPhone 11 Pro Max, com o microfone e alto-falante assimétricos, me incomoda bem mais do que a câmera.
A protuberância da câmera, por sinal, chega a ser mais discreta do que em outros modelos do iPhone. Como o iPhone 11 Pro Max ficou mais espesso, a câmera quase desaparece ao olhar o celular de lado.
Em geral, o iPhone 11 Pro Max é sim muito bonito e mantém as características visuais de um celular topo-de-linha. Os materiais utilizados são de primeira, o acabamento é refinado e o celular também é bem robusto.
Tela
A tela do iPhone X já me surpreendia bastante e eu não esperava que as melhorias anunciadas pela Apple no iPhone 11 Pro Max seriam tão perceptíveis. A resolução da tela do iPhone 11 Pro Max, com 6.5 polegadas, continua a mesma do XS Max, com 2688 x 1242 pixels (sendo 458 pixels por polegada).
O número coloca a tela do iPhone 11 Pro Max acima do padrão 2K de resolução, sendo inclusive a tela com a maior densidade de pixels entre todos os dispositivos da Apple que existem atualmente. É praticamente impossível distinguir os pixels nessa tela, sendo muito confortável para ler e assistir.
Embora a resolução seja a mesma, a tela da linha Pro se diferencia em vários outros aspectos. A proporção de contraste é de 2.000.000:1 na tela do iPhone 11 Pro e Pro Max, o dobro do iPhone XS. Além disso, o brilho agora atinge até 800 nits de intensidade em uso normal e 1.200 nits ao reproduzir conteúdo HDR.
Na prática, é extremamente prazeroso ver fotos e assistir a vídeos em HDR no iPhone 11 Pro Max. As áreas escuras das imagens são realmente escuras, enquanto as partes brilhantes ficam bem mais claras. Ao colocar o 11 Pro Max ao lado do meu antigo iPhone X, a diferença é nítida, principalmente em ambientes com muita luz.
O tamanho da tela também ajuda a tornar a experiência mais imersiva. Embora seja um “trambolhão” como já havia comentado, eu sentia falta de um celular grande. Com 6.5 polegadas e quase nenhuma borda, o conteúdo se sobressai. Para quem gosta de jogos, especificamente, esse certamente é o modelo ideal.
A verdade é que, mesmo tendo os contras de ser enorme, eu adoro navegar nas minhas redes sociais e ver as fotos que eu tiro com o próprio celular em uma tela grande com espaço de sobra. A tela maior facilita a execução de tarefas do dia a dia, como por exemplo enviar emails e ler mensagens.
Por outro lado, é praticamente impossível usar esse celular com apenas uma mão. Eu não consigo alcançar todos os cantos da tela com o polegar, nem mesmo usando as ferramentas de alcançabilidade que a Apple oferece no iOS.
Haptic Touch
Esse tópico pode ser resumido em “Haptic Touch não é 3D Touch”. Eu explico. Desde o iPhone 6s, os telefones da Apple contam com a tecnologia 3D Touch. Com isso, a tela consegue detectar os níveis de pressão do toque para reproduzir ações diferentes. Um toque normal em um ícone na tela inicial abre um app, enquanto um toque mais forte exibe um menu de atalhos.
Essa tecnologia era muito cara e complicada para ser produzida em grande escala. Tanto é que a Apple nunca a implementou no iPad. O iPhone XR, lançado em 2018, já não tinha 3D Touch. Agora, a Apple decidiu acabar de vez com esse recurso — que também não era muito popular entre a maioria dos usuários.
Para não desperdiçar os atalhos e outros elementos que vários desenvolvedores implementaram com o 3D Touch ao longo dos anos, a Apple adotou e aprimorou o “Haptic Touch” do iPhone XR com o iOS 13. Mas, afinal, qual é a diferença?
O Haptic Touch nada mais é do que um toque longo que conta com uma resposta de feedback tátil — uma vibração suave. Ao invés de pressionar um ícone com força para ver os atalhos como em um iPhone com 3D Touch, é necessário segurar o dedo ali por alguns segundos para reproduzir a mesma ação.
Como o 3D Touch reconhecia a pressão do toque, o menu de atalhos já era exibido quase que instantaneamente ao tocar com força no ícone. Já no caso do Haptic Touch, leva alguns segundos para o sistema entender que o usuário quer ver o menu de atalhos e não simplesmente abrir o app.
O recurso “Peek & Pop”, que permitia pressionar com força em um ícone ou link da internet para ter uma pré-visualização, também mudou. Antes, com a prévia do conteúdo na tela, bastava pressionar ainda mais forte para abri-lo ou soltar o dedo para fechá-lo. A prévia ainda é possível com Haptic Touch, mas é preciso segurar o dedo por alguns segundos e não há como expandir esse conteúdo sem tirar o dedo da tela e tocar novamente na janela.
Outra coisa que mudou com o fim do 3D Touch é o uso do cursor no teclado para selecionar textos. Antes era só pressionar qualquer parte do teclado do iPhone com força para mover o cursor e pressionar com mais força para selecionar o texto. Agora, eu preciso segurar o dedo na barra de espaço e tocar em outra parte da tela com outro dedo para fazer a seleção.
Pode parecer bobagem para muitos, até porque o 3D Touch não era muito popular, mas eu apreciava demais esse recurso por facilitar o uso de algumas ações do sistema. O Haptic Touch tenta fazer a maioria das coisas que o 3D Touch fazia, só que de um jeito pior. Outro problema é que, se um app ainda não foi atualizado para o iOS 13, não há como usar o Haptic Touch nele — estou falando com você, WhatsApp.
É uma pena que uma tecnologia tão legal tenha sido abandonada pela Apple. É um fator decisivo para não comprar um dos novos iPhones? Definitivamente, não. Eu consigo sobreviver usando o Haptic Touch e não ficaria em um iPhone antigo só porque ele ainda tem 3D Touch. Porém, é difícil não pensar que seria muito melhor tê-lo nesse iPhone.
Vida que segue.
Som
O iPhone 11 e o 11 Pro contam com o que a Apple chama de “Áudio espacial”, que nada mais é do que um nome chique para o suporte aos conteúdos em Dolby Atmos.
O celular continua tendo apenas dois alto-falantes, porém eles foram aprimorados para terem graves mais intensos e também simular o som Surround. Há a sensação de que áudio se move de um lado para o outro, como se houvessem vários alto-falantes espalhados pelo aparelho.
O volume atinge níveis maiores com menos distorções, embora o áudio no máximo seja um pouco estourado. Em vídeos, as vozes soam mais limpas e dá para diferenciá-las com clareza dos sons de fundo. A imersão em alguns jogos com efeitos sonoros mais complexos é bem maior. Para ouvir músicas, os resultados também são bem satisfatórios.
Claro que estamos falando de um telefone com alto-falantes minúsculos, então não dá para compará-lo com uma caixa de som dedicada ou com um sistema de som completo. Porém, as melhorias no áudio são sim bem perceptíveis no iPhone 11 Pro Max, principalmente em comparação com o iPhone X.
Eu não costumo assistir a filmes e séries no meu iPhone e, quando quero ver algum vídeo no celular, utilizo os AirPods. Mas é bom ter um celular com som de qualidade. Em situações que preciso mostrar um vídeo ou uma música para outras pessoas, sei que os alto-falantes do iPhone 11 Pro Max dão conta do recado.
Desempenho
Falar que qualquer novo iPhone tem ótimo desempenho não é surpresa. O iPhone 11 Pro Max é muito rápido, sendo provavelmente o celular mais rápido do mercado atualmente. Ele conta com o processador A13 Bionic de 2.65GHz, que é o mesmo usado em todos os modelos de iPhone lançados em 2019.
Dos seis núcleos do processador, quatro deles rodam em velocidade reduzida para executar tarefas mais simples como navegar na internet e reproduzir músicas sem acabar com a bateria. Ao abrir algum app mais pesado, como jogos em 3D, os dois núcleos de alto desempenho são acionados. O A13 Bionic conta com 4GB de memória RAM.
Segundo a Apple, o chip A13 consegue ser 20% mais rápido do que o A12 utilizado no iPhone XS. Além disso, foram feitas várias melhorias para que o processador consuma até 40% menos energia do que o anterior. O processador gráfico também foi atualizado para sustentar o desempenho máximo por mais tempo.
Embora os números sejam surpreendentes, na prática isso nem é tão perceptível para quem já utiliza um iPhone ou iPad lançado nos últimos dois anos. O processador A11 Bionic do iPhone X ainda é considerado um dos mais rápidos até hoje, na frente até mesmo de concorrentes que foram lançados neste ano.
Até o momento em que eu utilizava o iPhone X antes de trocá-lo, nunca notei qualquer problema de desempenho que me incomodasse. Mesmo depois de duas grandes atualizações do sistema iOS, ele ainda funciona muito bem.
Ao colocar o iPhone 11 Pro Max ao lado do meu iPhone X, não notei qualquer diferença significativa na velocidade de um para o outro ao realizar tarefas simples do dia a dia. O tempo para abrir os aplicativos é praticamente o mesmo e nenhum deles apresenta travamentos.
Há algumas tarefas que o iPhone 11 Pro Max consegue lidar com mais folga, como por exemplo editar um vídeo com as novas ferramentas do iOS 13. Mas não é nada que faça o iPhone XS e o iPhone X serem lentos perto dele.
As melhorias ficam mais evidentes justamente em jogos pesados, como Sky: Children of the Light e Oceanhorn 2. O tempo de carregamento é menor no iPhone 11 Pro Max e os gráficos mais altos não exigem tanto esforço. Rodar alguns jogos em 60 quadros por segundo no iPhone X faz o aparelho esquentar bastante, enquanto no 11 Pro Max isso demora para acontecer.
Além disso, com 4GB de memória RAM, praticamente todos os aplicativos abertos em segundo plano continuam lá até o usuário decidir fechá-los. No início, por conta de um problema no iOS 13, os apps suspensos eram encerrados com frequência, mas isso já foi corrigido com uma atualização.
É importante ressaltar que o sistema iOS lida com o gerenciamento de aplicativos em segundo plano de uma forma diferente se comparado ao Android. Por isso, 4GB de RAM são mais do que suficientes para o iPhone.
O iPhone 11 Pro Max é mais rápido e dá para notar isso em algumas situações específicas. Se você exige o máximo do seu aparelho com jogos e edições elaboradas, vai ficar contente com as melhorias que o chip A13 proporciona.
Para usos mais simples, no caso de alguém que já tem o iPhone X ou XS, não vale a pena trocar de aparelho esperando que o iPhone 11 seja muito diferente. A Apple faz um trabalho tão incrível com seus processadores que até mesmo os mais antigos ainda surpreendem.
Câmeras
É aqui que o iPhone 11 Pro e o 11 Pro Max, que possuem o mesmo conjunto de câmeras, se sobressaem em relação aos anteriores.
Desde o iPhone 7 Plus, alguns modelos do telefone da Apple contam com duas câmeras na parte traseira. Uma delas é a lente grande-angular, que é a utilizada em todos os aparelhos, e a outra é a teleobjetiva, capaz de capturar imagens com zoom óptico de duas vezes em relação à lente principal.
O iPhone 11 Pro ganhou uma terceira lente, inédita até então em qualquer dispositivo da Apple, seguindo uma tendência do mercado. É a lente ultra-angular, com campo de visão bem maior do que a lente padrão.
As três lentes contam com sensores de 12 megapixels e, em boas condições de iluminação, elas são bem consistentes entre si. Já testei alguns outros celulares com três câmeras e é notável que a qualidade da imagem muda agressivamente ao trocar a lente.
No caso do iPhone 11 Pro, a Apple conseguiu manter o mesmo padrão nas três. Além da resolução ser a mesma, as cores e a nitidez se mantém ao alternar entre as lentes. Isso faz com que elas funcionem juntas como se fosse uma câmera só. Até mesmo o alinhamento delas, considerado estranho por muitos, está relacionado com isso.
A Apple explicou que, com as câmeras posicionadas em forma de “triângulo”, é possível mudar a lente sem sair do quadro principal da imagem. Isso significa que, ao filmar um vídeo, por exemplo, você pode começar com a lente ultra-angular e ir até a teleobjetiva sem que a imagem fique desalinhada na troca. Isso não é possível quando as câmeras estão organizadas de forma linear.
Tudo isso pode parecer bobagem para algumas pessoas, mas é um ponto muito importante para quem usa o celular com o intuito de registrar fotografias e vídeos profissionais.
Veja o exemplo do mesmo cenário capturado com as três lentes do iPhone 11 Pro Max:
Vale ressaltar que todas as fotos foram capturadas com o aplicativo Câmera padrão do iOS sem edição. Os registros foram feitos usando apenas o modo automático da câmera para simular o uso no dia a dia. Houve, porém, compressão ao enviar as imagens para o site pois os arquivos originais são muito grandes. Clique nas imagens para vê-las em tamanho maior.
As fotos com a lente grande-angular sempre ficam muito boas. Em comparação com meu iPhone X, a qualidade em si é bem parecida em ambientes externos com luz do sol, porém é notável que as fotos do iPhone 11 Pro saem com cores mais vivas e menos reflexos da luz.
No iPhone 11 Pro, a câmera teleobjetiva está notavelmente melhor. Isso porque a Apple aumentou a abertura da lente, que agora consegue capturar mais luz. O zoom óptico sem perda de qualidade ainda é de apenas duas vezes, mas até mesmo o zoom digital ficou mais utilizável.
Já a ultra-angular, novidade dessa geração, consegue registrar os cenários por ângulos bem diferentes. É ótima principalmente para ser usada em fotos de paisagem ou em grupos com várias pessoas. O único problema é que a abertura da lente ultra-angular é bem menor do que as outras duas. Fotos em locais escuros com essa lente não ficam boas.
Graças ao processador A13 Bionic do iPhone 11, a Apple agora oferece três sistemas de processamento de imagem baseados em inteligência artificial para melhorar as fotos capturadas com essas lentes em diversas situações.
O Smart HDR, que já existia, ficou ainda melhor. Ele entra em ação sempre quando a imagem está muito iluminada em um ponto específico, como por exemplo ao tirar uma foto contra a luz do sol. Normalmente o celular não consegue fazer um bom registro, pois o fundo fica estourado ao focar no objeto central ou o objeto fica escuro ao focar no fundo.
Com o Smart HDR, o iPhone captura várias fotos alternando entre essas duas possibilidades. Depois, elas são processadas como uma única foto, equilibrando assim as áreas mais claras e escuras para evitar que o conteúdo fique estourado ou não apareça.
Neste exemplo abaixo, usando a lente grande-angular, é possível notar que o iPhone 11 Pro Max fez um ótimo trabalho ao mostrar todo o cenário e até mesmo as luzes da árvore. Já o iPhone X teve dificuldades com as luzes de fundo.
Em outra ocasião, a foto do iPhone 11 Pro Max equilibrou as luzes de fundo e até mesmo a iluminação da tela do computador com o Smart HDR. Na foto do iPhone X, alguns detalhes se perderam com a luz estourada.
A segunda técnica de aprimoramento de imagens, essa exclusiva do iPhone 11, é o Deep Fusion. Ele é usado em ambientes com iluminação média, ou seja, quando não há falta de iluminação mas também não há luz forte para deixar a imagem totalmente sem ruídos.
Assim como no Smart HDR, o Deep Fusion captura automaticamente cinco fotos em milésimos de segundos ao pressionar o botão da câmera. Uma dessas fotos é feita com exposição reduzida para congelar a imagem e registrar todos os contornos sem borrões. Depois, são feitas três fotos normais e uma foto em longa exposição com mais luz.
O sistema então mescla essas cinco fotos em uma só, analisando cada pixel para juntar as melhores partes de cada uma delas. O resultado é uma imagem mais nítida e com menos ruídos mesmo mesmo em locais não muito claros, como em um cômodo da casa durante o dia.
O Deep Fusion é ainda mais perceptível em algumas texturas específicas, como é o caso de tecidos e pelos de animais. Veja a diferença na foto de um urso de pelúcia ampliada ao máximo.
Há duas coisas importantes para ressaltar sobre o Deep Fusion. A primeira é que ele funciona de forma totalmente automática. Ao contrário do Smart HDR, não há uma opção nos Ajustes para desativá-lo e nem é possível controlar quando ele será ou não utilizado.
Não vejo isso como algo ruim, já que o sistema é bem inteligente para decidir o melhor tratamento para a foto. O usuário não precisa se preocupar com o que acontece “por baixo dos panos”. Só que também não há como saber de um jeito fácil quais fotos foram tiradas com esse recurso.
Outro detalhe é que o Deep Fusion não funciona na lente ultra-angular. Mais uma vez, se você quer tirar boas fotos em locais pouco iluminados, é melhor evitar essa lente.
E por falar em locais com pouca luz, eis o grande destaque do iPhone 11. O Modo Noite faz milagres e consegue registrar fotos incríveis mesmo na escuridão. Ele é acionado automaticamente quando detecta a falta de luz no ambiente, mas é possível desativá-lo diretamente no app Câmera.
Basta abrir a câmera em uma sala ou até mesmo em um ambiente externo que esteja muito escuro e o ícone do Modo Noite já aparece na tela. O processo de funcionamento é bem similar ao do Deep Fusion, com a captura de múltiplas imagens que são mescladas depois.
Porém, para compensar a falta de luz, o Modo Noite aumenta consideravelmente o tempo de exposição da câmera. Enquanto o Deep Fusion funciona quase que de forma invisível de tão rápido, o Modo Noite requer que o usuário segure o iPhone na mesma posição durante alguns segundos — tempo que pode ser controlado manualmente.
Quanto maior o tempo de exposição escolhido, mais luz será captada e a imagem ficará mais clara e com menos ruídos. Os novos iPhones fazem um ótimo trabalho na estabilização, e é por isso que o Modo Noite se tornou viável sem a necessidade de um tripé. Normalmente o tempo fica entre 1 e 3 segundos quando o celular está na mão, mas ele é capaz de reconhecer a estabilidade de um tripé para permitir capturas mais longas de até 30 segundos.
Na prática, não há muito com o que se preocupar. É só abrir a câmera, segurar o iPhone bem firme e registrar a foto. A diferença é gritante. Não que as câmeras dos modelos anteriores fossem totalmente inutilizáveis durante a noite em alguns casos, mas era notável que as fotos não ficavam boas. Com o iPhone 11, é impossível tirar uma foto ruim no escuro.
Mesmo em locais que não estão completamente escuros, o Modo Noite ajuda a deixar a imagem bem mais definida. Isso é notável ao ampliar as fotos tiradas em um entardecer.
Com um tripé em mãos para aumentar ainda mais o tempo de exposição da câmera, dá até mesmo para tirar fotos do céu estrelado.
E mesmo com o Modo Noite desativado, as fotos noturnas feitas com o iPhone 11 ficam bem melhores.
Como a lente ultra-angular não tem estabilização óptica de imagem, o Modo Noite não funciona com ela.
O que eu mais gostei é que, no geral, as fotos tiradas com o Modo Noite do iPhone ficam com um aspecto bem natural. A imagem fica sim mais clara, porém não chega a ser algo artificial. As cores também quase sempre ficam bem fiéis e dentro do esperado.
Aqui estão mais alguns exemplos de fotos que eu fiz com a câmera traseira do iPhone 11 Pro Max nos últimos dois meses:
Uma câmera não se resume somente em fotos, e os novos iPhones trouxeram novidades para aqueles que gostam de gravar vídeos com o celular. A resolução máxima continua a mesma: 4K com 60 quadros por segundos. Porém os vídeos nessa configuração agora podem ser gravados em HDR — e isso vale para as três lentes. Antes, o HDR só funcionava em 4K com 30 quadros por segundo.
Com isso, dá para gravar vídeos tranquilamente contra a luz do sol sem se preocupar com a imagem estourada. Outra coisa que melhorou muito é a estabilização dos vídeos. Não chega a ser como usar um estabilizador dedicado, mas o resultado é sim bem surpreendente — principalmente se comparado ao iPhone X.
O iPhone 11 e o iPhone 11 Pro conseguem gravar vídeos com “Zoom de Áudio”. Com a ajuda de algoritmos, os vídeos tentam simular a distância do áudio ao usar o zoom durante a gravação. Teoricamente, ao aproximar a imagem — e não o celular em si — de alguém falando, o vídeo dará mais destaque para a voz daquela pessoa e isolará o restante.
Isso não é tão perceptível na prática, mas a qualidade dos microfones em geral está bem melhor. Tanto para gravar vídeos ou mensagens de voz, o som capturado fica bem mais limpo. A sensação que eu tenho depois de comparar vídeos feitos com 11 Pro Max e com o X é que os microfones antigos deixavam tudo mais abafado.
É possível gravar vídeos rápidos no iPhone 11 mesmo no modo de foto ao tocar e segurar no botão de captura, assim como no Instagram Stories. Porém, ao usar esse recurso, o vídeo fica em resolução mais baixa.
Já na parte frontal, a câmera de selfies também mudou. Todos os novos iPhones contam com um sensor maior de 12 megapixels, contra 7 megapixels do iPhone X e XS. As selfies feitas durante o dia com os dois celulares ficam bem parecidas, mas as fotos do 11 Pro Max são muito superiores em locais mais escuros.
Algo muito interessante é que o iPhone 11 oferece dois ângulos para fazer selfies. Ao deitar o celular para fazer uma selfie em grupo, o sistema automaticamente aumenta a resolução para que ninguém fique de fora da foto. Isso porque o celular continua fazendo fotos em 7 megapixels com a mesma proporção de antes, mas é possível usar todos os 12 megapixels para obter uma foto mais ampla e distante.
Caso queira, usuário pode tocar no ícone de uma seta na câmera frontal para ampliar o campo de visão mesmo com o aparelho na vertical. Veja a diferença entre os dois modos:
Há também o conceito chamado de “Slofies”, que são selfies em câmera lente. Basicamente, agora dá para gravar vídeos em slow motion com a câmera frontal do iPhone 11 e 11 Pro. Por que alguém faria isso no dia a dia? Não faço ideia, mas a função está lá para quem quer.
A qualidade dos vídeos na câmera frontal também melhorou consideravelmente, principalmente porque eles agora também são gravados em HDR e é possível filmar em 4K com 60 quadros por segundo. O iPhone X só grava vídeos na câmera frontal em até 1080p com 60 quadros por segundo e nada de HDR.
O aplicativo Câmera também foi redesenhado e agora facilita o acesso aos ajustes de proporção da foto, resolução dos vídeos, filtros, flash e timer.
É evidente que a câmera se tornou um dos aspectos mais importantes de um celular para a maioria das pessoas. Se eu tivesse que fazer uma aposta, diria que o futuro do smartphone será voltado cada vez mais para a revolução das câmeras.
A Apple acertou em trabalhar mais nesse aspecto com o iPhone 11 Pro. Embora ele não substitua uma câmera profissional para algumas situações, a qualidade das imagens e vídeos é extremamente satisfatória até mesmo para a realização de alguns trabalhos mais elaborados.
Mesmo depois de dois meses, ainda me surpreendo com a qualidade da câmera desse celular — que, por sinal, é o recurso que mais uso durante todo o dia. É quase como ter uma câmera que pode rodar aplicativos.
Bateria
Este é o momento em que eu posso dizer “finalmente!”. O iPhone 11 Pro Max tem uma bateria surpreendente. Em números, são 3.969 mAh contra 2.716 mAh da bateria do iPhone X. Não dá para comparar diretamente com outros celulares concorrentes pois, assim como a RAM, o gerenciamento de energia do iOS é diferente.
Durante todo esse tempo que fiquei com o iPhone X, ele não se mostrou ser ruim nesse quesito. Eu conseguia tirá-lo da tomada pela manhã, usar durante todo o dia para ver as redes sociais, navegar na internet e ouvir músicas sem precisar recarregá-lo no meio do caminho. Sempre sobravam uns 20% de carga antes de eu dormir e o iPhone passava a noite na tomada.
A situação mudava quando eu abria algum jogo ou até mesmo usava a câmera para fazer várias fotos ou vídeos. Aí sim a bateria do iPhone X não aguentava um dia inteiro de uso.
Já o iPhone 11 Pro Max aguenta tudo isso com folga. Fiz vários testes simulando perfis diferentes de uso e fiquei surpreso com o que vi. Para o meu dia a dia, que envolve principalmente o uso da câmera e redes sociais, o celular consegue passar dois dias fora da tomada.
Em um dia específico, tirei o iPhone 11 Pro Max da tomada pouco antes das 9 horas da manhã. Por volta das 4 horas da madrugada do dia seguinte, o celular ainda tinha cerca de 48% de bateria. Em outro teste mais intenso, com reprodução de vídeos e jogos 3D, deu para usar o iPhone durante 12 horas até a bateria chegar em 20%.
Eu nem me preocupo mais em ter que ativar o Modo de Pouca Energia ou evitar o uso de alguns aplicativos quando vou passar o dia fora de casa. A bateria do iPhone 11 Pro Max dá conta do recado, seja você um usuário que quer apenas aproveitar a internet ou passar o dia todo jogando.
Resistência
Diz a Apple que os novos iPhones foram construídos com um vidro mais resistente, e embora eu não pretenda jogar meu celular no chão para saber se é verdade ou não, vários testes publicados na internet já confirmaram essa afirmação da empresa. Ironicamente, derrubei o celular no chão enquanto escrevia a análise. Nada aconteceu com ele, ufa!
Mas há um adendo importante a ser feito, pois essa resistência toda é relativa. Aparentemente, a Apple realmente mudou a fórmula do vidro que está tanto na tela quanto na parte traseira do celular. Se por um lado ele é mais difícil de trincar em uma queda, por outro ele risca com muito mais facilidade.
Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de películas. Nunca usei em nenhum iPhone meu, para ser sincero. Me considero super cuidadoso e, como eu não vendo meus aparelhos quando compro um novo, não me importo com eventuais marcas de uso. O problema é que, nesse quesito, o iPhone 11 Pro ficou absurdamente mais frágil.
Com algumas semanas de uso já consigo notar pequenos riscos permanentes espalhados pela tela do celular. Definitivamente é algo que não aconteceu com meu iPhone X. Conversei com vários amigos que compraram o iPhone 11 e o iPhone 11 Pro e ouvi relatos similares de todos eles.
Embora a Apple mostre comerciais com iPhones sendo jogados dentro de bolsas ou até mesmo sendo atacados por brócolis, você provavelmente ainda vai querer usar uma capa e uma película na tela caso tenha pavor de riscos.
Além de tudo isso, o iPhone 11 Pro e o Pro Max são à prova d’água com certificação IP68. Embora o iPhone XS já tivesse essa mesma certificação, a Apple diz que o iPhone 11 Pro pode ser submergido em até quatro metros de profundidade durante 30 minutos — contra apenas dois metros da geração passada. Ou seja, o celular provavelmente vai ficar bem depois de um rápido mergulho na piscina.
Conectividade
Sendo uma análise de um celular, falar da conectividade também é importante. O iPhone 11 e o 11 Pro são os primeiros dispositivos da Apple a contarem com Wi-Fi 6 802.11ax e MIMO 2×2. A grande vantagem é que a nova geração do Wi-Fi garante velocidades maiores de transferência, recepção de sinal mais forte e menor consumo de energia — ponto essencial para um smartphone.
Na prática, realmente percebo que o meu iPhone 11 Pro Max em relação ao iPhone X consegue manter a qualidade da rede mesmo quando estou mais distante do ponto de acesso.
Já na parte da rede celular em si, os novos iPhones suportam redes 4G/LTE Gigabit com MIMO 4×4. Não foi dessa vez que a Apple trouxe o 5G ao iPhone, mas não é como se isso fizesse diferença agora. A rede 5G ainda é extremamente prematura e limitada, sendo que nem há uma previsão concreta para que seja lançada no Brasil, por exemplo.
Por aqui, tenho atingido velocidades maiores ao usar o 4G da operadora Vivo com meu iPhone 11 Pro Max. Em um mesmo lugar, o iPhone X registrou em média 95 Mbps de velocidade de transferência, enquanto o 11 Pro Max chegou em 127 Mbps. A taxa de upload, porém, não variou muito entre os dois, ficando sempre entre 15 e 30 Mbps. Isso, é claro, também depende muito da operadora.
O Bluetooth 5.0 continua presente, assim como o NFC que pode ser usado tanto para o Apple Pay quanto para a leitura de outros acessórios com essa tecnologia por meio de uma nova API do iOS.
Esses novos iPhones trouxeram ao mercado o novo chip U1 da Apple e nós já publicamos aqui uma matéria que explica exatamente qual a função dele. Em suma, esse chip utiliza tecnologia de banda ultralarga para reduzir interferências em conexões sem fio e, ao mesmo tempo, tornar os serviços de localização extremamente precisos.
Ao usar o AirDrop no iPhone 11, o usuário encontra uma interface diferente com uma espécie de bússola. Isso porque o celular agora consegue identificar com a ajuda do chip U1 qual aparelho está mais perto para mostrá-lo como sugestão e até mesmo direcionar o sinal de transmissão. Dessa forma, o envio de arquivos fica mais rápido.
Sobre as conexões físicas do aparelho, há apenas um conector Lightning como em qualquer outro iPhone lançado nos últimos três anos. Isso não chega a ser um incômodo para mim, já que eu raramente uso essa entrada para algo além de recarregar a bateria do celular.
Porém seria bom ver um iPhone com USB-C, já que essa conexão está presente nos Macs e também no iPad Pro. A parte negativa de ainda ter a conexão Lightning é que nem mesmo o fone de ouvido com fio que acompanha o celular funciona em outros aparelhos.
Para quem prefere viver no mundo sem fio, também há suporte aos carregadores por indução (Qi), porém limitado em 7.5W de potência — bem menos do que os 18W do novo adaptador de tomada que vem na caixa do celular. Eu até testei um carregador Qi com o iPhone 11 Pro Max, mas chega a demorar até 5 horas para completar a carga.
Face ID
O Face ID é a tecnologia de autenticação por reconhecimento facial que foi introduzida em 2017 com o iPhone X. O iPhone 11 e o 11 Pro ainda mantém os sensores da câmera TrueDepth no recorte que fica no topo da tela, mas isso eu já superei na primeira semana de uso do iPhone X.
Neste ano, a Apple conseguiu deixar o desbloqueio com o Face ID ainda mais rápido. Isso foi possível por meio de melhorias no iOS e também no processador neural do chip A13 Bionic. No dia a dia, a diferença nem é tão perceptível assim. Mas sim, o Face ID é mais rápido no iPhone 11 Pro do que no iPhone X. O anterior já era bem satisfatório, então só ficou ainda melhor — mesmo que pouca coisa.
O que melhorou bastante é o reconhecimento em ângulos diferentes. Ainda não dá para desbloquear o celular em cima de uma mesa sem dar aquela esticada, mas o 11 Pro consegue reconhecer meu rosto em algumas posições que o X não consegue.
Me acostumei tanto com o Face ID desde 2017 que é até estranho quando uso meu iPad, que ainda tem Touch ID. Tudo parece ser mais intuitivo e rápido, já que é só olhar para a tela do celular e pronto, está desbloqueado. O mesmo vale para abrir aplicativos que requerem a biometria.
Também me sinto muito mais protegido com esse método de autenticação, já que o Face ID é baseado em uma tecnologia avançada de mapeamento do rosto em 3D. Não dá para enganá-lo com uma foto ou máscara, e ele também não funciona com os olhos fechados.
Minha opinião continua a mesma: não sinto falta do Touch ID. O Face ID é tão intuitivo ao ponto de você esquecer que o iPhone tem uma senha por trás daquilo. Além do mais, não tenho mais problemas como não conseguir desbloquear o iPhone porque meus dedos estão suados ou ao usar luvas no inverno.
Conclusão
O iPhone 11 Pro Max é um celular incrível. Eu não esperava ver tantas novidades nessa geração, mas a Apple me surpreendeu. Como eu disse no início da análise, ele não é exatamente a revolução da indústria dos smartphones ou coisa assim. É o iPhone que a gente já conhece, só que muito melhor em aspectos importantes.
A tela é muito boa, o celular é rápido, as câmeras possuem qualidade excelente para as mais diversas situações, tem bateria de sobra e tudo isso em um conjunto que realmente passa a sensação de ser premium.
Ele não é dobrável, não tem duas telas e outras coisas que a concorrência tem feito para chamar a atenção. Mas é um aparelho consistente, que faz muito bem tudo aquilo que realmente se espera de um celular topo-de-linha moderno.
É, sem dúvidas, o melhor ou um dos melhores aparelhos do momento. Dificilmente alguém que tenha um iPhone 11 Pro ou Pro Max vai se decepcionar com alguma coisa.
Vale a pena?
Diante de tudo isso, é preciso analisar a situação de cada um. Embora o iPhone 11 Pro Max seja um celular incrível, ele tem seus contras. O principal deles é o preço no Brasil: os valores da linha 11 Pro Max começam em R$7.599 e podem chegar até R$9.599.
É muito dinheiro para pagar em celular, não tenho dúvidas. É preciso analisar se ele vale tudo isso para você. Para quem está em busca do melhor smartphone possível para tirar muitas fotos, gravar vídeos, rodar vários jogos em uma tela ótima, ter bateria boa para trabalhar com o celular o dia todo e outras coisas que exigem mais do aparelho, o iPhone 11 Pro Max é mais do que recomendado.
Ele é para quem realmente quer ter o melhor celular e não se preocupa com o preço que vai pagar por isso. Eu não trocaria por outro, mas também não é o aparelho que eu indico para qualquer pessoa.
Para alguns, a tela enorme de 6.5 polegadas e o peso do aparelho são pontos negativos. Nesse caso, é interessante considerar o iPhone 11 Pro menor, com tela de 5.8 polegadas. As especificações são praticamente as mesmas com exceção da bateria, que perde cerca de duas horas de autonomia em relação ao 11 Pro Max. Nesse caso, o preço fica entre R$6.999 e R$8.999.
Mas se você é um usuário comum, que só quer navegar na internet e acessar suas redes sociais, executar vários apps sem se preocupar com o desempenho e mesmo assim ainda ter uma das melhores câmeras do mercado, o iPhone 11 se torna a opção mais interessante.
Ao optar pelo iPhone 11, você perde a câmera teleobjetiva para zoom óptico e a tela é LCD ao invés de OLED, mas os valores também são bem mais baixos: entre R$4.999 e R$5.799. É uma troca justa para quem não se importa com esses diferenciais da linha Pro.
Para quem já tem um iPhone XS, eu diria que é melhor esperar pela geração de 2020 a menos que o Modo Noite da câmera seja muito importante para você. Do iPhone X, as mudanças ficam mais perceptíveis, porém também dá pra aguentar mais um ano sem trocar.
Aos donos do iPhone 8 e modelos mais antigos, qualquer uma das opções lançadas em 2019 vai te atender muito bem.
Se você vai mesmo comprar um iPhone novo, vale a pena conferir as ofertas em algumas operadoras caso você seja cliente de um plano pós-pago. Em alguns casos, os aparelhos são vendidos por preços similares aos praticados em outros países.
E independente de qual modelo você escolher, tenho certeza que essa geração do iPhone vai te surpreender de alguma forma. Definitivamente 2019 foi um bom ano para o iPhone.
