A Apple divulgou ontem à noite em uma conferência os resultados de seu primeiro trimestre fiscal de 2017, que englobam tudo o que foi vendido entre outubro e dezembro de 2016. Ao todo, neste período, a empresa obteve 78,4 bilhões de dólares em receita e um lucro trimestral por ação diluída 3,36 dólares — contra 75,9 bilhões de dólares e 3,28 dólares no primeiro trimestre de 2016.
“Estamos empolgados ao relatar que nossos resultados trimestrais de final do ano geraram a maior receita trimestral da Apple, e quebraram vários recordes ao longo do caminho. Vendemos mais iPhones do que nunca e estabelecemos recordes de receita com o iPhone, Serviços, Macs e Apple Watch”, disse Tim Cook, CEO da Apple. “A receita de Serviços cresceu fortemente em relação ao ano passado, liderada por uma atividade recorde de clientes na App Store, e estamos muito entusiasmados com os nossos produtos”.
De acordo com o relatório da empresa, 64% deste valor foi obtido por meio de vendas internacionais, ou seja, fora dos Estados Unidos. Apesar da receita maior, o lucro final da Apple caiu neste trimestre, de 18,4 bilhões de dólares nos últimos três meses de 2015 contra 17,9 bilhões de dólares nos últimos três meses de 2016 — ainda sim números impressionantes.
Na divisão dos números, o iPhone continua sendo o produto mais rentável da empresa americana, 78,3 milhões de unidades vendidas neste período e receita de 54,4 bilhões de dólares — um aumento de 5% em relação ao ano passado. Isso significa, basicamente, que o iPhone é responsável por quase 70% de todo o dinheiro obtido pela Apple. Em seguida vem o iPad, com 13 milhões de unidades vendidas e 5,5 bilhões de dólares em receita — representado uma queda de 19%.
Em vendas, o Mac teve um aumento mínimo de 1%, com 5,4 milhões de unidades comercializadas, porém a receita aumentou em 7%, com 7,2 bilhões de dólares recebidos — provavelmente um reflexo do preço mais alto dos novos MacBooks. O destaque, além do iPhone, fica também para os Serviços da Apple, que também somam 7,2 bilhões de dólares em receita, representando um aumento de 18% em comparação ao ano anterior — nesta categoria estão inclusos a App Store, Apple Music e afins.
Apesar de Tim Cook também ter comentado sobre o sucesso do Apple Watch, os números do relógio não são divulgados separadamente, sendo somados com a categoria “Outros”, que também conta produtos como a Apple TV, iPod e acessórios. Inclusive, a receita dos “Outros” caiu em 8%, com 4 bilhões de dólares.
Durante a conferência, o CEO e o CFO da Apple fizeram alguns comentários interessantes, como por exemplo o fato das vendas estarem crescendo cada vez mais em países emergentes como a China e o Brasil — dois exemplos muito citados por eles. Também foi mencionado que, pela primeira vez, a demanda para um iPhone de modelo Plus está muito alta, provavelmente por conta das novidades exclusivas do 7 Plus.
Sobres o iPad, Cook reforçou que o tablet segue com altos índices de aprovação por parte dos consumidores, e que está otimista sobre o que vem aí de novidade para o produto, sugerindo que novos iPads devem ser lançados em breve — corroborando rumores já existentes sobre o assunto. Por fim, ele disse que a Apple segue trabalhando em diversas produções originais que serão lançadas para os assinantes do Apple Music ainda neste ano.
Em resumo, o iPhone, Mac e Serviços seguem muito bem. O iPhone, por exemplo, teve mais unidades vendidas do que todos os celulares da Samsung neste trimestre. O Mac, apesar de não ter crescido tanto assim, continua gerando uma receita considerável para a Apple, além de se manter como o 5º computador mais vendido do mundo. A preocupação fica mesmo com o iPad, que só registra quedas seguidas nas vendas há anos.
Há quem diga que a “culpa” é da longa durabilidade do tablet, já que muitas pessoas compram um novo iPad e não sentem necessidade de trocar por um novo modelo durante anos. Em partes, isso é verdade, e o próprio Tim Cook chegou a comentar que grande parte das vendas do iPad hoje são para novos usuários, e não pessoas que estão trocando seus modelos antigos. Porém, a confusão na linha com vários modelos diferentes e preços que até ultrapassam o valor de um MacBook Air, no caso do iPad Pro, também podem estar relacionados.
Além disso, é importante lembrar que, no final de 2015, a Apple havia acabado de lançar o iPad Pro, porém nenhum iPad foi lançado no final de 2016 — o que certamente também contribuiu para a queda dos números. Em meio aos rumores de que novos iPads serão anunciados nos próximos meses, muitas pessoas também devem ter deixado de comprar o produto por agora. Resta aguardar para ver o que a empresa reservou para o futuro do dispositivo.
As ações da Apple na Bolsa de Valores também atingiram níveis surpreendentes hoje, chegando ao valor máximo de 130,49 dólares por ação — um aumento de 7% em questão de horas. Para o segundo trimestre fiscal de 2017, a Apple espera que a receita total obtida fique entre 51,5 e 53,5 bilhões de dólares.