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Apple e Qualcomm desistem de disputa judicial e fecham novo acordo

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A disputa da Apple com a também americana Qualcomm movimentou o mercado e as notícias nos últimos dois anos. As empresas enfrentariam um julgamento que começou ontem (15), mas isso não será mais necessário. Em um comunicado para a imprensa, a própria Apple revelou nesta terça-feira (16) que ambas desistiram da briga na justiça.

Histórico da disputa

Durante muitos anos a Qualcomm forneceu os chips responsáveis por gerenciar a conexão celular dos iPhones e iPads. Em 2017, porém, a Apple acusou a Qualcomm de cobrar valores injustos pelo licenciamento dessa tecnologia e também de dificultar a realização de parcerias com outras empresas do ramo.

Não satisfeita com a acusação, a Qualcomm afirmou que a Apple diminuiu o desempenho de seus chips nos dispositivos da marca para favorecer os que eram fabricados pela Intel — que se tornou a única fornecedora da Apple para os modems de 3G e 4G. Para revidar, a Apple deixou de pagar o licenciamento das tecnologias da Qualcomm.

Entre várias retaliações, as empresas decidiram levar a briga até a justiça. Ao mesmo tempo em que as ações da Qualcomm caíram por terem perdido um dos principais clientes de componentes para celulares, a Apple passou por algumas derrotas nos tribunais e alguns modelos de iPhone foram banidos temporariamente em determinados países.

Corrida pelo 5G

O grande problema para a Apple é que a Qualcomm detém boa parte da tecnologia necessária para implementação da nova rede 5G nos smartphones e tablets. A companhia de Cupertino até tentou investir no desenvolvimento dos chips da Intel, mas fontes da área revelaram que isso só ficaria pronto a partir de 2021 — tempo demais para deixar o iPhone sem 5G.

Novo acordo

O presidente da Qualcomm, Cristiano Amon, disse recentemente que estava disposto a negociar novamente com a Apple apesar da briga. E foi isso mesmo que aconteceu. A Qualcomm voltará a fornecer sua tecnologia para a Apple utilizar no iPhone e iPad com um acordo válido para os próximos seis anos, que pode se estender por ainda mais dois anos.

Em contrapartida, a Apple pagou uma enorme quantia em dinheiro para a Qualcomm (que não foi divulgada até agora) e retomará o licenciamento das patentes utilizadas pela empresa. Com isso, toda a disputa judicial foi cancelada.

O mercado reagiu bem ao desfecho da história. As ações da Qualcomm (QCOM) dispararam em mais de 23% após o anúncio e já acumulam alta de 5,14% depois do fechamento da bolsa de valores. O acordo deve render cerca de US$ 2,4 bilhões em lucro para a empresa no segundo trimestre fiscal desse ano. Neste momento, cada ação está cotada em US$70,45.

Já as ações da Apple (AAPL) seguem estáveis por enquanto, sem alta considerável. Após a enorme queda desde o final de 2018 por conta na redução das vendas do iPhone, a empresa se recupera aos poucos. O valor de mercado da Apple já está próximo de 1 trilhão de dólares novamente, com cada ação cotada em US$199,25.

De acordo com a agência de notícias Nikkei, a Apple já retomou os testes com os chips de 5G da Qualcomm para serem implementados no iPhone, porém a novidade deve ficar para os modelos que serão lançados em 2020. Como os iPhones de 2019 já passaram pela fase de engenharia é pouco provável que o projeto seja alterado agora para a implementação do 5G.

Intel deixa o mercado de modem 5G

Coincidentemente ou não, a Intel anunciou nesta noite que deixará o mercado de modem 5G para dispositivos móveis. Sem revelar o motivo, a empresa disse apenas que investirá em infraestrutura para a implementação da nova rede de dados.




Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.