Com os riscos iminentes do novo coronavírus, até mesmo as empresas de tecnologia foram afetadas pela situação — e esse pode ser apenas o início de um problema maior. Segundo informações da agência de notícias Reuters, todo o calendário de lançamentos da Apple para 2020 pode ser prejudicado por conta da doença.
A reportagem apurou que a empresa de Cupertino suspendeu as viagens de engenheiros e executivos para a China por motivos de saúde, já que coronavírus é de origem chinesa. Normalmente, os funcionários da Apple viajam para a Ásia com frequência para se reunirem com membros das fábricas dos dispositivos. Por lá, eles discutem como será a produção de novos iPhones, iPads e outros produtos.
Como essas reuniões não estão acontecendo, é provável que a produção de todos os novos produtos deste ano irá atrasar. O principal afetado pode ser justamente o iPhone 12, já que a Apple costuma iniciar o processo de fabricação da nova geração do celular por volta de junho para colocá-la nas lojas em setembro. Alguns ex-funcionários da Apple disseram à Reuters que, sem esses encontros, o cronograma de lançamentos está seriamente ameaçado.
A Foxconn, uma das principais parceiras da Apple, fechou algumas de suas fábricas na China após o surto inicial do coronavírus. As atividades já foram parcialmente retomadas, mas isso ainda deve afetar a linha de produção do suposto novo iPhone mais barato, previsto para ser anunciado já no próximo mês. Mesmo que o produto seja lançado na data prevista, os estoques podem ficar abaixo do esperado, o que resultará em menos vendas.
Recentemente, a própria Apple se manifestou sobre os últimos acontecimentos. Em nota, a empresa disse que provavelmente não conseguirá atingir os resultados esperados para o primeiro trimestre fiscal de 2020. Além dos problemas de produção, as vendas caíram na China por conta do vírus — sendo que o país asiático é responsável mais de 16% da receita da Apple.
A Apple também alertou seus investidores sobre uma reunião marcada para amanhã (26) na sede da empresa. Embora o encontro tenha sido mantido, a Apple pediu que os acionistas convidados tomem precauções para evitar problemas relacionados ao coronavírus. A empresa reforça que aqueles que viajaram para a China em fevereiro deste ano precisam passar por uma quarentena de 14 dias antes de frequentarem certos locais.
De acordo com o governo dos Estados Unidos, o país está em estado de alerta para a chegada do coronavírus. Desde o início do ano, vários eventos de tecnologia já foram cancelados ao redor do mundo, incluindo a Conferência Global de Marketing do Facebook. Isso coloca em risco até mesmo a WWDC da Apple, que tradicionalmente acontece em junho.
Por enquanto, a Apple não quis se manifestar com mais detalhes sobre o cronograma de lançamentos para este ano.