Em março desse ano, Steve Jobs subiu ao palco para apresentar o iPad 2. Além de mostrar as novidades do tablet em relação a seu antecessor, o ex-CEO da Apple disse que, com o a introdução do iPad no mercado, nós agora temos o terceiro aparelho da era pós-PC (termo cunhado por ele mesmo nessa apresentação), onde o computador passa a não mais ser o aparelho mais importante, dando lugar aos tablets e smartphones.
Vimos no Lion, sistema operacional dos Macs, a migração de vários aspectos do iOS, sistema do iPhone, iPad e iPod Touch, todos gadgets móveis. No início do ano, a Apple lançou os aplicativos de produtividade iWork (Pages, Keynote, Numbers) para o iOS. O usuário pôde, enfim, não apenas consumir conteúdo, mas produzir conteúdo em dispositivos móveis. Com o lançamento do iOS 5, não haverá mais necessidade de um computador para ativar qualquer aparelho móvel. Em outras palavras, na cabeça de Steve, você não mais precisa de um computador necessariamente, mas de um tablet ou um smartphone. O futuro a longo prazo, para a empresa de Cupertino, está nos seus dispositivos móveis.
No entanto, do outro lado dos Estados Unidos, há uma antiga rival da Apple que pensa de forma completamente diferente. A Microsoft, com o lançamento do Windows 8, propõe uma alternativa ao futuro da tecnologia. O novo sistema operacional da empresa de Redmond funcionará em computadores e tablets igualmente. A Microsoft, portanto, não acredita na morte do PC, mas em um mercado onde PCs e tablets convivam harmoniosamente. Pare eles, vivemos em uma era PC+Tablet.
O Windows 8, de fato, não se apresenta à Apple apenas como um concorrente em termos de mercado, mas em filosofia. O caminho que informática tomará vai depender do sucesso ou fracasso de Windows 8 e iOS.
No entanto, ambas as empresas apresentam pontos fracos em seus planos. Apple ainda não tem o hardware necessário para tornar trabalhos mais pesados, como edição de som e vídeo, tão bons quanto são em um PC. O computador será por mais alguns anos a única ou, pelo menos, a melhor forma de produzir conteúdo que exijam maior poder de processamento. Por isso, não espere a morte dos Macs tão cedo. O mercado de computadores, apesar de quedas, ainda será lucrativo por um bom tempo.
Já a Microsoft tem um longo caminho até o lançamento oficial de seu sistema e, além disso, terá de se preocupar com um problema que a Apple desde seu início nunca teve: qualidade. Como a Microsoft vai impor às fabricantes uma qualidade mínima para competir de frente com a Apple ainda é uma incógnita. E, caso não consigam qualidade e preço competitivo, não veremos apenas mais um fracasso para o Windows, mas um fracasso para toda uma filosofia empresarial da Microsoft.
Os próximos anos serão decisivos para tecnologia como um todo. Serão os dispostivos móveis os os mais importantes no futuro ou terão a mesma importância que o antigo conhecido computador de mesa tem?