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WSJ: Apple considera reduzir preços do iPhone XR em alguns países

Este artigo foi publicado há mais de 4 anos. Algumas informações podem estar desatualizadas e sem validade para os dias atuais.

O iPhone XR foi anunciado em setembro deste ano, mas chegou às lojas há menos de um mês. Na prática, o aparelho parece não ter conquistado o público e muito menos os investidores da Apple. Depois da redução nas vendas do iPhone que ocasionou uma forte queda nas ações da Apple, a empresa parece estar reconsiderando sua estratégia de vendas. De acordo com o Wall Street Journal, conversas de bastidores indicam que o iPhone XR deve ficar mais barato em alguns países a partir da próxima semana.

A mudança deve começar pelo Japão, o que pode parecer estranho ao se considerar que a Apple já possui grande presença no mercado de celulares por lá (cerca de 46% dos smartphones do país são iPhones). Embora o iPhone XR não seja tão caro para os japoneses quando subsidiado por planos de operadoras, são as vendas do iPhone 8 que estão crescendo desde o lançamento dos novos iPhones. Muitos consumidores não parecem se importar com as tecnologias mais recentes diante do preço mais alto.

A redução no valor do aparelho não deve acontecer nas lojas oficiais da Apple, mas sim por meio de descontos maiores em operadoras e revendedores autorizados. Atualmente, o iPhone XR custa 749 dólares lá fora (cerca de R$2.800 em conversão direta) e R$5.199 no Brasil — e nem estamos falando do modelo “top-de-linha”, que é o XS.

Essa não é a primeira vez que a Apple oferece melhores condições de compra para seus produtos em lojas autorizadas para impulsionar as vendas, mas é incomum ver essa prática acontecer em tão pouco tempo após o lançamento.

Em seu último trimestre fiscal, a Apple anunciou que as vendas do iPhone estagnaram. Foram 46,9 milhões de unidades vendidas no quarto trimestre de 2018 contra 46,7 milhões no mesmo período de 2017. Além disso, a empresa disse que não irá mais divulgar o número de vendas por unidades de seus produtos a partir do ano que vem, o que deixou vários investidores com receio. O que a Apple estaria tentando esconder?

Recentemente, a Apple teve que reduzir os pedidos de fabricação dos novos iPhones XR e XS, já que as expectativas foram além da demanda real pelos smartphones. Isso afetou diretamente os fornecedores de peças da empresa, como é o caso da Samsung — responsável pelas telas OLED dos iPhones. Curiosamente, o WSJ afirma que a Apple também irá retomar a produção do iPhone X, descontinuado em setembro deste ano.

Como o iPhone XS e o iPhone XS Max estão vendendo menos do que o esperado e a Samsung precisa de uma quantidade mínima de telas para produzir em grande escala sem ser prejudicada, a volta do iPhone X deve equilibrar a balança de produção das telas OLED para a sul-coreana. Além disso, pode ser uma oportunidade para quem busca um novo iPhone mais barato e não se sentiu atraído pelo XR.

O iPhone X só deve continuar disponível em alguns países estratégicos por meio de operadoras e lojas autorizadas. No momento em que esta matéria foi escrita, as ações da Apple na bolsa de valores (AAPL) continuavam em queda e praticamente voltaram ao patamar de um ano atrás. Após ter atingido 1 trilhão de dólares em valor de mercado em agosto deste ano, a Apple tem hoje “apenas” US$839,9 bilhões.

Não há informações sobre (ou se) outros países que vão receber este desconto nos preços do iPhone XR. Seja como for, a empresa parece já estar sentindo os efeitos de ter elevado o valor de seus celulares, que representam mais da metade de todos os seus lucros. A Apple se negou a comentar o caso.

Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.