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Análise do iPhone 13 Pro Max: o smartphone definitivo

Quando a Apple apresentou o iPhone 12 em 2020, os aparelhos chamaram a atenção por conta do novo design e recursos como 5G e MagSafe. Em 2021, o iPhone 13 chegou ao mercado repetindo o design da geração passada, porém com melhorias em aspectos fundamentais de um smartphone, entre eles as câmeras e a bateria.

Mais uma vez, foram lançados quatro modelos diferentes do iPhone, sendo um deles o iPhone 13 Pro Max – que é a versão que tenho em mãos desde outubro. Enquanto os modelos convencionais do iPhone 13 são voltados para o público geral, o iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max prometem oferecer tudo o que há de melhor em um smartphone para os usuários mais exigentes.

Com preços que chegam até R$15.499 no Brasil, será que vale a pena comprar o mais novo celular topo-de-linha da Apple? O que faz ele se diferenciar dos modelos anteriores?

Embalagem compacta

O anúncio do iPhone 12 resultou em uma enorme polêmica após a Apple ter anunciado que os aparelhos não são mais vendidos com o adaptador de tomada e os fones de ouvido EarPods inclusos na caixa. Com a justificativa de promover a redução de lixo eletrônico, a Apple incentiva os consumidores a reutilizarem seus carregadores e fones antigos.

E se alguém acreditava que a empresa repensaria essa decisão em 2021, isso não aconteceu. Todos os modelos do iPhone 13 são enviados em uma caixa super compacta que inclui apenas o telefone, cabo Lightning para USB-C, alguns papéis de documentação e… adesivos da Apple.

O fim dos acessórios inclusos na caixa do iPhone é mais do que definitivo. Embora eu ainda defenda que um aparelho tão caro deveria ter ao menos o adaptador de tomada incluso, quem já possui outro iPhone pode reaproveitar o mesmo carregador, enquanto novos usuários vindos do Android provavelmente possuem um adaptador de tomada compatível com o cabo USB-C.

Um detalhe curioso sobre a embalagem do iPhone 13 é que, também como parte dos esforços da Apple em ser uma empresa amiga do meio-ambiente, a caixa do aparelho não vem mais com o lacre de plástico. Ao invés disso, o usuário encontrará apenas uma fita adesiva no fundo da caixa para abri-la pela primeira vez.

Design familiar

Todos os modelos do iPhone 13 são bastante parecidos com os modelos de 2020, exceto por alguns detalhes específicos. No caso do iPhone 13 Pro e do iPhone 13 Pro Max, as mudanças visuais são ainda menores.

O tamanho do aparelho continua o mesmo de antes, porém o iPhone 13 Pro Max ficou mais espesso e pesado. São 7,65 milímetros de espessura e 240 gramas de peso contra 7,4 milímetros e 228 gramas do iPhone 12 Pro Max. Embora a diferença em números não pareça muita, ela é perceptível ao segurar o iPhone na mão.

A diferença na espessura é notável quando o iPhone 13 Pro Max é colocado ao lado do modelo do ano passado, mas isso não me incomoda – até porque a Apple aumentou a espessura do celular para incluir uma bateria de maior capacidade. Já o peso do celular pode ser um problema para alguns.

Desde meu primeiro contato com o iPhone 11 Pro Max em 2019, o peso do smartphone gigante da Apple sempre foi um ponto negativo para mim. É impossível não sentir o peso do aparelho nas mãos após longos períodos de uso contínuo. Os iPhones que vieram a seguir só ficaram ainda mais pesados.

Em partes, isso se deve aos materiais premium que a Apple utiliza na construção do aparelho, incluindo o vidro mais resistente e a lateral de aço inoxidável. A bateria maior também resulta em um aparelho mais pesado, e nem estou considerando o peso extra de uma capa de proteção.

Neste caso, não há muito o que fazer. Quem prefere o iPhone com a maior tela possível precisa apenas aceitar o fato de que terá que segurar um celular bastante pesado.

Tanto o iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max estão disponíveis nas cores dourado, prata, cinza-espacial e azul-sierra. Enquanto as três primeiras cores são praticamente as mesmas do iPhone 12 Pro, o azul-sierra se diferencia bastante do antigo azul meia-noite, que tinha um tom escuro mais próximo do azul-marinho. 

Já o azul-sierra é bem mais claro e, de certa forma, mais chamativo. As laterais do novo iPhone na cor azul são um charme a parte já que elas são quase prateadas, porém com um tom azulado. Para quem quer um iPhone com cara de novo, a versão azul-sierra é a melhor opção.

Tela que impressiona

A tela do iPhone 12 Pro Max já era bastante impressionante, não só por suas enormes 6.7 polegadas mas também por conta do alto nível de brilho e fidelidade de cores do painel OLED presente no aparelho. Neste ano, a Apple foi além e trouxe um recurso muito aguardado por alguns usuários de iPhone: o ProMotion.

A tecnologia ProMotion não é novidade e já está presente no iPad Pro desde 2017, porém agora chega pela primeira vez ao telefone da Apple. Com isso, a taxa de atualização da tela chega até 120Hz – ou seja, as imagens que você vê na tela podem ser exibidas com até 120 quadros por segundo, o dobro da taxa padrão de 60Hz.

Com isso, qualquer animação exibida na tela fica muito mais fluída. A diferença na tela é perceptível ao rolar uma página com texto ou abrir e fechar aplicativos. Alguns jogos também já foram atualizados com suporte ao ProMotion, o que é impressionante já que nem todo computador ou console é capaz de rodar jogos em 120 quadros por segundo.

O grande triunfo do ProMotion, no entanto, é a variação automática da taxa de atualização da tela. Ao invés de manter a tela sempre em 120Hz, o que resultaria em um alto consumo de energia, a Apple optou por uma tela com frequência variável. Assim, o sistema automaticamente ajusta a frequência de acordo com o conteúdo exibido para economizar bateria.

Segundo a Apple, a taxa de atualização da tela do iPhone 13 Pro pode chegar até 10Hz quando nenhuma animação ou vídeo estão sendo reproduzidos. Tudo é feito de forma automática e invisível ao usuário. O ProMotion pode não ser tão perceptível para alguns usuários, porém a diferença fica nítida ao comparar o iPhone 13 Pro com outros modelos sem essa tecnologia.

Outros aspectos da tela do iPhone 13 Pro também foram aprimorados, incluindo o nível de brilho. Embora a tela “Super Retina XDR” deste ano continue com pico máximo de 1.200 nits para conteúdos em HDR, a sustentação de brilho em uso normal chega a 1.000 nits contra 800 nits da geração passada. Isso é ótimo para usar o iPhone sob a forte luz do sol.

A resolução de 2778 x 1284 pixels com 458 pixels por polegada dificilmente desapontará algum usuário, sendo quase impossível distinguir os pixels ou notar alguma imperfeição nos textos ou imagens exibidas no painel. E embora a tela não tenha ficado maior, a Apple diminuiu o tamanho do recorte no topo do aparelho que abriga os sensores do Face ID, câmera frontal e alto-falante superior.

O “notch” menor (como é conhecido o recorte na tela) deixa o iPhone 13 com um aspecto mais moderno. Desde o iPhone X, esse recorte nunca foi um problema para mim, mas agora os recortes maiores já me parecem estranhos depois de usar o iPhone 13 Pro Max por dois meses.

Infelizmente, o iOS não aproveita o espaço extra para exibir informações como a porcentagem da bateria, mas o usuário acaba sendo menos prejudicado ao assistir a um vídeo em tela cheia ou ao jogar no celular.

Vale notar também que o iPhone 13 manteve o vidro Ceramic Shield feito com cristais de nanocerâmica que, na teoria, deixam o aparelho mais resistente aos riscos e eventuais impactos. Meu iPhone chegou a cair no asfalto e nada grave aconteceu – apenas alguns arranhões na lateral, porém a tela continua intacta. Só não esqueça que vidro sempre será vidro, por mais resistente que seja.

Continua sendo o mais rápido

Todo ano é a mesma coisa. A Apple lança um novo iPhone equipado com um novo chip desenvolvido pela própria empresa que é o mais rápido do mercado. O A15 Bionic, presente em toda a linha de iPhone 13, mantém essa tradição e coloca o smartphone da Apple no topo da lista dos aparelhos mais potentes da atualidade.

O chip A15 Bionic conta com um processador de seis núcleos, sendo quatro deles voltados para economia de energia e dois deles para tarefas de alto desempenho. Além disso, o A15 Bionic é capaz de processar quase 16 trilhões de operações por segundo graças ao novo chip neural, que agiliza tarefas baseadas em inteligência artificial.

Enquanto a versão do A15 Bionic para o iPhone 13 e iPhone 13 mini conta com um processador gráfico de quatro núcleos e 4GB de memória RAM, o chip que equipa o iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max possui cinco núcleos de processamento gráfico e 6GB de RAM.

A essa altura do campeonato, donos de qualquer modelo da linha iPhone 13 não precisam se preocupar com desempenho. Tudo é extremamente rápido no iPhone 13 Pro Max, desde tarefas simples como abrir aplicativos de redes sociais até rodar jogos em 3D ou renderizar vídeos.

Mesmo que você não seja um usuário super avançado, tarefas como aplicar filtros em um vídeo no aplicativo Fotos da Apple ficam menos demoradas. Claro que usuários vindos de um iPhone 12 vão notar melhorias mais discretas em termos de desempenho. O salto é mais significativo ao comparar o iPhone 13 com os iPhones das linhas 11 e X, por exemplo.

Câmeras cada vez mais Pro

O conjunto de câmeras do iPhone 12 Pro Max já era surpreendente em vários aspectos, desde a lente grande-angular com abertura maior e estabilização de sensor até a chegada do Modo Noite na lente ultra-angular e recursos como o Apple ProRAW. Com o iPhone 13 Pro Max (e também o 13 Pro, que neste ano tem a mesma câmera do modelo maior), as câmeras do telefone da Apple ficaram ainda mais Pro.

A Apple aumentou mais uma vez o tamanho do sensor da lente grande-angular, que agora passou de f/1.6 para f/1.5. A diferença pode parecer pouca, mas é o suficiente para aumentar consideravelmente a quantidade de luz capturada, o que resulta em imagens e vídeos noturnos ainda melhores – e muitas vezes sem a necessidade do Modo Noite.

A abertura maior também dá um desfoque de fundo mais intenso ao aproximar a câmera de uma pessoa ou objeto – e que fica mais bonito que o desfoque do Modo Retrato, já que estamos falando de um efeito natural da lente. Ao mesmo tempo, capturar elementos muito próximos da lente grande-angular também ficou um pouco mais difícil, sendo necessário afastar o celular ou utilizar o novo Modo Macro.

A resolução de todas as lentes do iPhone 13 Pro Max continua sendo 12 Megapixels, porém a Apple mais uma vez mostra que existem outros aspectos mais importantes na composição de uma boa câmera. A nitidez das fotos impressiona, sendo possível perceber com clareza as texturas na imagem.

O Smart HDR 4, responsável por equilibrar a iluminação, surpreende ao capturar imagens diante da luz do sol ou com algum outro foco de iluminação muito forte ao fundo. O alcance dinâmico é excelente e é difícil tirar uma foto com a iluminação estourada, embora o recurso tenha deixado o céu com aspecto bastante artificial em alguns registros feitos ao anoitecer.

O Modo Retrato, recurso que simula o desfoque no fundo das fotos através do campo de profundidade obtido pelas câmeras traseiras do iPhone, está notavelmente melhor na linha iPhone 13 Pro. Apesar de algumas eventuais falhas, o efeito está bem mais preciso – mesmo diante de cenários mais desafiadores como ao desfocar o fundo por trás de uma pessoa usando óculos.

Os modelos da linha iPhone 13 Pro ganharam também melhorias na lente teleobjetiva, que agora permite zoom óptico de 3 vezes contra 2.5 vezes do iPhone 12 Pro Max e apenas 2 vezes do iPhone 12 Pro.

As melhorias no zoom da câmera do iPhone 13 Pro e 13 Pro Max são bastante perceptíveis mesmo com um aumento de apenas 0.5 vezes. Os modelos desse ano conseguem capturar mais detalhes ao aproximar a imagem através da lente teleobjetiva, o que consequentemente também aprimora o zoom digital combinado.

As diferenças são ainda mais notáveis ao comparar fotos com zoom tiradas em ambientes escuros, já que o iPhone 12 Pro Max não era capaz de tirar fotos em Modo Noite com a lente teleobjetiva. Embora a abertura da lente tenha diminuído de f/2.2 para f/2.8, o iPhone 13 Pro é finalmente capaz de tirar fotos com zoom no Modo Noite.

Mesmo com uma certa quantidade de ruídos, as fotos noturnas feitas com a lente teleobjetiva do iPhone 13 Pro Max são bem mais nítidas que as imagens capturadas com zoom digital através da lente grande-angular do iPhone 12 Pro Max.

Porém o grande destaque das câmeras da linha iPhone 13 Pro é a nova lente ultra-angular de seis elementos e abertura f/1.8 – um enorme salto se comparado com a lente ultra-angular de cinco elementos e abertura f/2.4 do iPhone 12.

A lente ultra-angular apareceu pela primeira vez na linha iPhone 11 para permitir a captura de imagens com um amplo campo de visão, só que a qualidade das imagens sempre deixou a desejar. Embora isso tenha melhorado bastante nos modelos do iPhone 12, a lente ultra-angular ainda ficava para trás ao lado das demais lentes do iPhone.

Neste ano, ao menos para fotos em locais com boa iluminação, a lente ultra-angular do iPhone 13 Pro traz resultados bastante satisfatórios.

Já as fotos feitas com o Modo Noite na lente ultra-angular ainda não ficam tão boas quanto na lente grande-angular, mas ainda sim é possível notar que a qualidade das imagens melhorou bastante.

Além da abertura maior, a lente ultra-angular dos modelos Pro de 2021 também conta com ajuste de foco, enquanto o foco na lente ultra-angular dos demais modelos é fixo. Isso permitiu que a Apple criasse um Modo Macro no iPhone 13 Pro que utiliza a lente ultra-angular para capturar imagens com apenas 2 centímetros de distância entre a câmera e o objeto.

As fotos em macro chamam a atenção pelos detalhes que muitas vezes são difíceis de serem observados apenas com o olhar. Sejam fotos de flores, insetos ou até do olho humano, tudo fica impressionante com o Modo Macro do iPhone 13 Pro.

Para tornar a experiência mais intuitiva, o Modo Macro é ativado automaticamente ao colocar a câmera traseira do iPhone muito próxima de um objeto. Isso, porém, incomodou vários usuários (e eu me incluo nessa), o que fez a Apple adicionar um botão para ativar ou desativar o Modo Macro manualmente no iOS 15.2.

Outra novidade do iPhone 13 no quesito câmeras (e isso vale para todos os modelos da linha) é o recurso Estilos Fotográficos. Com isso, os usuários podem escolher entre diferentes perfis de cores para deixar a foto com um aspecto mais vibrante ou frio. Ao mesmo tempo, o sistema utiliza a inteligência artificial do dispositivo para preservar tons de pele e a cor do céu, de forma que a imagem não perca sua naturalidade.

Atualmente estão disponíveis quatro Estilos Fotográficos diferentes: Vibrante, Contraste Rico, Quente e Frio. Além disso, é possível refinar as configurações de cada um dos estilos para deixá-los com cores mais vivas ou alterar a temperatura das cores.

Por fim, a câmera frontal do iPhone 13 continua praticamente a mesma do iPhone 12, mantendo a resolução de 12 Megapixels com gravação de vídeos em 4K. As diferenças ficam por conta do pós-processamento e recursos como o Smart HDR 4, que melhoram consideravelmente as imagens em cenários específicos como diante de fortes luzes ao fundo.

Vale notar também que o scanner LiDAR, utilizado para detecção precisa de distância e profundidade, continua presente na câmera traseira do iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max.

Confira abaixo mais fotografias tiradas com o iPhone 13 Pro Max:

Vídeo de cinema

A Apple diz que ter um iPhone 13 Pro é ter “Hollywood no seu bolso”. E embora essa afirmação seja um tanto exagerada, o iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max são provavelmente uma das melhores câmeras de vídeo portáteis do mercado neste momento.

As especificações também continuam as mesmas do ano passado, sendo possível gravar vídeos em resolução 4K com HDR e Dolby Vision em até 60 quadros por segundo. Há ainda a possibilidade de gravar vídeos em câmera lenta na resolução 1080p em 240 quadros por segundo.

Várias das melhorias que mencionei ao falar sobre as fotos feitas com o iPhone 13 Pro Max também se aplicam aos vídeos, já que estão relacionadas com as novas lentes. A lente grande-angular é capaz de gravar vídeos em ambientes escuros com qualidade satisfatória por conta da abertura maior, e tanto o zoom óptico de 3x da lente teleobjetiva e o Modo Macro da lente grande-angular podem ser utilizados durante a gravação.

Mas o que faz o iPhone 13 Pro ser uma “câmera de cinema” são dois novos recursos. Um deles é o Modo Cinema, que traz o Modo Retrato das fotos para os vídeos, só que com alguns truques a mais. O iPhone calcula o campo de profundidade de cada quadro do vídeo em tempo real para desfocar o fundo, criando assim um efeito cinematográfico.

Seja durante ou após a gravação, o usuário pode tocar na tela para alterar o foco do vídeo, possibilitando a criação de cenas únicas e dramáticas usando apenas o celular. Para tornar o recurso ainda mais interessante, o iPhone identifica quando uma pessoa ou objeto entra e sai de cena para ajustar o foco automaticamente.

Na prática, o Modo Cinema tem algumas falhas bem perceptíveis, mas isso não faz o recurso ser menos divertido. Assim como a primeira geração do Modo Retrato em fotos no iPhone 7 Plus, o Modo Cinema ainda tem dificuldades para determinar o contorno da pessoa ou objeto em foco. É bem comum ver partes do cabelo ou óculos fora de foco nos vídeos com o efeito.

Em alguns casos, o desfoque fica tão intenso ao ponto de parecer extremamente artificial, mas é possível ajustar o nível de desfoque do vídeo a qualquer momento – mesmo após ter finalizado a gravação.

Outro problema do Modo Cinema do iPhone 13 é a resolução limitada em 1080p. Apesar do vídeo ser capturado em HDR com Dolby Vision, não é possível gravar vídeos em Modo Cinema na resolução 4K. Isso pode não ser um detalhe tão importante para a maioria dos usuários, mas é possível notar que esses vídeos não são tão nítidos quanto aqueles gravados sem o efeito.

A questão é que, mesmo tendo todas essas falhas, o Modo Cinema ainda impressiona por trazer esse desfoque dramático aos vídeos feitos com um celular. Para quem é criador de conteúdo e quer apenas produzir um vídeo divertido para as redes sociais, o Modo Cinema do iPhone 13 é um recurso que só vem para somar.

Os vídeos em Modo Cinema claramente não se comparam com vídeos feitos com filmadoras profissionais, mas são ótimos para um clipe pessoal, trabalhos amadores ou simplesmente para chamar a atenção das pessoas na internet.

Confira abaixo um clipe com vídeos gravados no iPhone 13 Pro Max (incluindo trechos com o Modo Cinema):

Para os profissionais de verdade, a Apple adicionou suporte ao codec ProRes no iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max. Isso significa que os telefones mais caros da empresa são capazes de gravar vídeos com compressão baixíssima, o que resulta não apenas em imagens mais detalhadas como também em mais informações que podem ser alteradas no processo de edição.

Tamanha qualidade tem seu preço, e nesse caso o preço é o armazenamento do iPhone. Um minuto de vídeo em ProRes na resolução 1080p tem cerca de 2GB, enquanto o número chega a 6GB para vídeos com o codec de baixa compressão na resolução 4K.

Por conta disso, a Apple limitou os vídeos em ProRes 4K aos modelos com 256GB, 512GB e 1TB de armazenamento – sim, agora você pode ter um iPhone com 1TB de espaço. Na versão de 128GB, vídeos em ProRes só podem ser capturados na resolução 1080p.

Embora o ProRes seja um recurso voltado para um nicho muito específico, a chegada do codec ao iPhone mantém o celular da Apple como uma das opções favoritas de produtores de vídeo, já que o formato ProRes é amplamente utilizado na indústria cinematográfica.

5G, mas depende

O iPhone 13 é a segunda geração do iPhone a ter suporte ao 5G, o novo padrão de internet móvel que promete trazer muito mais velocidade e menos latência. Em minha análise do iPhone 12 Pro Max e também do iPhone 12 mini, comentei que a disponibilidade do 5G ainda era bastante restrita. Um ano depois, esse cenário ainda não mudou muito.

Até então, o 5G disponível no Brasil era apenas o “5G DSS” que combina os espectros de outras redes móveis para oferecer velocidades maiores. Só que, além de estar disponível apenas em pontos específicos de grandes capitais, o 5G DSS não chega nem perto de oferecer a velocidade do 5G “puro”.

iPhone 13 Pro Max com sinal de rede 5G.

Em alguns testes realizados na cidade de São Paulo, meu iPhone 13 Pro Max se conectou na rede 5G da Vivo em algumas poucas localidades. A velocidade da conexão variou entre 100 Mbps e 250 Mbps – o que está longe de ser ruim, mas também não chega a ser surpreendente.

Por comparação, o 4.5G da Vivo (baseado na tecnologia LTE Advanced) já consegue oferecer velocidades superiores a 100 Mbps. Outro detalhe é que bastaram alguns passos para perder o sinal de 5G, reforçando que a tecnologia ainda é extremamente experimental.

A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) realizou em novembro de 2021 o leilão do 5G, que disponibilizou faixas dedicadas à nova tecnologia para as operadoras. Com isso, as empresas de telefonia do Brasil já podem oferecer a versão completa da nova rede para seus clientes.

Na teoria, a conexão 5G padrão oferece velocidades de até 1 Gbps. A previsão é que todas as capitais brasileiras tenham a rede 5G das principais operadoras até junho de 2022, com base no cronograma da ANATEL. Já no interior do país, alguns usuários talvez tenham que esperar até 2028 para acessar a nova rede móvel.

A conclusão é a mesma do ano passado: embora o iPhone 13 tenha suporte ao 5G, é muito provável que você troque de celular antes de aproveitar o recurso. Ainda não vale a pena comprar um smartphonesó para ter acesso ao 5G, mas certamente é um ponto a se pensar caso você pretenda ficar com o mesmo aparelho por mais de um ano.

Bateria de sobra

Foi-se o tempo em que bateria era um problema para usuários de iPhone, ao menos para aqueles que optam pelos modelos maiores. Enquanto o iPhone 12 Pro Max tem uma bateria interna de 3.687 mAh (miliampere hora), a bateria do iPhone 13 Pro Max possui capacidade de 4.352 mAh – um aumento de quase 20%.

iPhone 13 Pro Max conectado ao carregador MagSafe.

A Apple promete até 28 horas de autonomia para o iPhone 13 Pro Max em reprodução de vídeo local e até 25 horas com o uso de streaming, enquanto os números oficiais do iPhone 12 Pro Max eram de 20 e 12 horas, respectivamente.

Isso, é claro, varia de acordo com os diferentes tipos de uso. No meu caso, a bateria do iPhone 13 Pro Max é mais do que suficiente para aguentar o dia todo fora de casa. Em um dos meus testes, o celular foi retirado do carregador com 100% de carga às 11h21 da manhã. A carga chegou a 20% por volta de 1h da madrugada do dia seguinte.

O teste realizado incluiu o uso moderado de redes sociais, aplicativos de streaming, câmera e alguns jogos. Já em outro teste mais intenso com a câmera em uso por mais tempo, a bateria saiu de 100% às 11h14 da manhã para 20% por volta das 21h do mesmo dia. Com uso leve, é possível ficar com o celular fora da tomada por quase dois dias.

É importante ressaltar que, embora a bateria esteja melhor, quem utiliza o celular o tempo todo para navegar nas redes sociais ou jogar talvez não perceba muita diferença em relação ao modelo Pro Max do ano passado. Isso porque a tela de 120Hz acaba consumindo mais energia, o que anula a capacidade maior da bateria.

Com o carregador USB-C de 20W da Apple (vendido separadamente), é possível recarregar o iPhone 13 Pro Max de 0% a 70% em cerca de 40 minutos, enquanto a recarga completa leva cerca de 2 horas. Já a recarga via MagSafe vai de 0% a 50% em cerca de 50 minutos e chega a 100% em até 3 horas.

Demais especificações

Toda a linha iPhone 13 vem equipada com o padrão Wi-Fi 802.11ax (também conhecido como Wi-Fi 6), que suporta velocidades de transferência de até 9.6 Gbps. Os aparelhos também contam com Bluetooth 5.0, NFC e chip U1 de banda ultra-larga para localização precisa. Vale notar que os iPhones vendidos no Brasil não suportam a rede 5G de ondas milimétricas (mmWave).

Os aparelhos possuem certificação IP68 que garante resistência à água em profundidade máxima de seis metros por até 30 minutos. O conector Lightning segue presente (já passou da hora da Apple mudar para USB-C ou aderir de vez ao MagSafe) e a autenticação biométrica ainda é feita exclusivamente pelo Face ID.

Vale a pena?

O iPhone 13 Pro Max é um bastante sólido e traz uma experiência já conhecida por usuários de iPhone, porém vem com melhorias significativas para aqueles que usam a câmera do celular com frequência ou que procuram por uma tela grande de altíssima qualidade e boa bateria.

Se vale a pena ou não, sempre depende de cada um. Como alguém que fez o upgrade do iPhone 12 Pro Max, eu diria que as diferenças não justificam a troca para o modelo de 2021. A tela de 120Hz e as novidades nas câmeras são ótimas adições, mas não são recursos que vão mudar a vida de todos os usuários.

Já para quem vem de modelos mais antigos do smartphone da Apple, o iPhone 13 Pro Max certamente passa a sensação de um aparelho mais poderoso e moderno – nesse caso, a troca é mais justificável.

Mas ainda estamos falando de um telefone que ultrapassa a casa dos R$10 mil no Brasil. Para quem quer economizar um pouco, o iPhone 13 Pro com tela de 6.1 polegadas pode ser uma boa opção caso o tamanho da tela não seja um fator decisivo, já que o aparelho tem as mesmas especificações do modelo Pro Max – com exceção de uma bateria um pouco menor.

Existem sim alguns pontos que poderiam ter sido melhorados nessa geração, como por exemplo a qualidade da câmera frontal e a insistência da Apple no conector Lightning. Ainda sim, isso não tira o mérito de vários outros aspectos do dispositivo. 

Para quem está disposto a pagar caro para ter o que há de melhor em um smartphone, o iPhone 13 Pro Max é sem dúvida uma das melhores opções do mercado.

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Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.