Da série de coisas inesperadas que a Apple faz: a empresa está relançando agora em alguns países da Ásia o iPhone 6 — que deixou de ser vendido oficialmente em todo o mundo no ano passado, após a chegada do iPhone 7. Até aí, “tudo bem”, já que poderiam estar apenas se livrando das últimas unidades em estoque — o que não é o caso. Os iPhones 6 que estão voltando agora contam com 32GB de capacidade interna, um modelo que nunca existiu até então.
Recapitulando a história, o iPhone 6 foi anunciado em setembro de 2014 em modelos com as seguintes capacidades internas de armazenamento: 16GB, 64GB e 128GB. Jamais existiu um modelo com 32GB, indicando que estes aparelhos voltando às lojas são realmente “novos”. O que chega a ser mais curioso ainda é o fato de cada loja vender apenas uma cor específica: enquanto a operadora Taiwan Mobile tem apenas o iPhone 6 dourado, a Amazon da Índia o vende somente na cor cinza espacial.
A operadora taiwanesa está oferecendo o iPhone 6 de 32GB sem qualquer custo na contratação de um plano que custa 1399 dólares de Taiwan por mês — algo em torno de 140 reais. Já na Amazon da Índia, o aparelho desbloqueado custa 28.999 rúpias indianas — aproximadamente 1.350 reais. Antes de ser descontinuado na Índia, o iPhone 6 de 16GB era vendido por 30.700 rúpias indianas, ou cerca de 1.430 reais.
Aí fica a pergunta: será que vale mesmo a pena vender novamente um iPhone de 3 anos atrás? Por este mesmo valor lá, é possível adquirir um iPhone SE com 16GB de armazenamento interno — porém com especificações internas muito mais próximas do iPhone 6s, lançado em 2015. A única justificativa para alguém optar pelo iPhone 6 ao invés do SE, neste caso, seria a preferência por uma tela maior e mais memória. E sacrificar a experiência de uso por estas duas características, vale?
Esta não é exatamente a primeira vez que a Apple faz algo do tipo. No início de 2014, alguns meses após o lançamento do iPhone 5c e 5s, a Apple voltou a vender o iPhone 4 em alguns países asiáticos — depois de já ter descontinuado o aparelho em outros continentes. A diferença é que, na época, apenas relançaram a versão de 8GB porém com um preço muito mais abaixo do que os demais iPhones. Se este iPhone 6 fosse muito mais barato do que o SE, a atitude seria até compreensível, mas, desta forma, simplesmente não faz sentido.
É pouco provável que esta versão do iPhone seja lançada em outros lugares fora da Ásia, talvez com algumas chances remotas de aparecer aqui na América Latina. Veremos até quando isso vai durar.