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O fim do iPod

Este artigo foi publicado há mais de 4 anos. Algumas informações podem estar desatualizadas e sem validade para os dias atuais.

Voltemos a 2001. A Apple ainda se recuperava do período de crise sem Steve Jobs no comando. Visando o mercado de aparelhos móveis, que até então possuía uma deficiência em tocadores de música portáteis, Steve decidiu focar seus esforços na criação do que viria a ser um dos produtos tecnológicos de maior sucesso de todos os tempos, o iPod. No entanto, o player que já vendeu mais de 250 milhões de unidades não para de ver suas vendas caírem. 

 

Cada vez mais, produtos de tecnologia são projetados para ter múltiplas funções, como telefone, acesso à internet, fotos, jogos e reprodução de mídia e é nesse ponto que os iPods falham. Capazes apenas de reproduzir mídia em geral (músicas, vídeos e fotos), mas incapazes de acessar a Internet, os modelos Classic, Nano e Shuffle em pouco tempo sairão das prateleiras, ofuscados pelo sucesso de aparelhos multi-funções como o iPhone e o iPad. Entretanto, haverá um remanescente: o iPod Touch.

 

A gigante de Cupertino não quer acabar com o irmão menor do iPhone tão cedo. Especula-se a presença de uma antena 3G na nova geração do iPod Touch, o que será o motivo de sua sobrevida em relação aos outros iPods. Rodando o mesmo sistema do iPhone, ele só não terá a capacidade de realizar ligações telefônicas, mas conseguirá realizar todas as funções do smartphone e receber dados de Internet em qualquer lugar. É a forma que a empresa encontrou de atrair consumidores que, ao invés do iPhone, procuram outros celulares, mas ainda assim querem ter a melhor experiência móvel quando forem ler notícias, assistir a um vídeo no YouTube, ouvir músicas ou jogar. É um nicho de consumidores, geralmente do ramo corporativo, que vai desaparecer em não muito tempo, mas por enquanto ainda se consegue lucro nesse mercado.

 

O iPod, sem dúvida, foi o responsável pela recuperação da Apple no início da década, mas o tempo passou, ele tornou-se obsoleto com os lançamentos do iPhone e do iPad e hoje já vê seu fim como certo. E ele não fará falta. Essa semana, mesmo com as quedas nas vendas de iPods, a empresa saiu do eterno segundo lugar e finalmente tornou-se a mais valiosa de todo o mundo com valor de mercado de $337 bilhões, ultrapassando a petroleira Exxon’s, que agora vale $331 bilhões depois da queda no valor de suas ações.

 

Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.