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Tim Cook confirma impacto negativo por queda nas vendas do iPhone

Este artigo foi publicado há mais de 4 anos. Algumas informações podem estar desatualizadas e sem validade para os dias atuais.

Para quem acompanha o mercado financeiro e as notícias de tecnologia com frequência já não deve ser mais surpresa saber que a Apple está com dificuldades nas vendas do iPhone.

Os modelos mais recentes — iPhone XR e iPhone XS — estão com os números muito abaixo do esperado. Até então, tudo isso era especulado por analistas da área, porém agora as informações foram confirmadas pela própria empresa.

O próprio Tim Cook, presidente da Apple, publicou uma carta aos acionistas da companhia com declarações sobre a situação atual das vendas do iPhone. Os executivos revisaram as previsões para os resultados do último trimestre fiscal, que terminou em 29 de dezembro, e há agora uma expectativa de queda considerável.

Se antes a empresa esperava 93 bilhões de dólares em receita no primeiro trimestre fiscal de 2019, o valor final deve ficar em torno de US$84 bilhões — 9 bilhões de dólares a menos do que o previsto. A notícia não foi bem recebida pelos acionistas, que já estavam preocupados com o desempenho da companhia.

Ações da Apple na bolsa de valores já acumulam mais de 30% em queda desde novembro

O valor de mercado da empresa, que já havia ultrapassado 1 trilhão de dólares, agora está em US$681 bilhões. Há tempos a Apple não apresentava resultados tão negativos. Para o CEO Tim Cook, o problema está justamente no iPhone. Como o smartphone da Apple é responsável por mais da metade dos lucros da empresa, seus maus resultados afetam toda a corporação.

“Com base nestas estimativas, nossa receita será menor do que o previsto para este trimestre, porém com outros itens permanecendo de acordo com o que foi planejado. Embora ainda faltem algumas semanas para para completarmos o relatório final, queremos compartilhar algumas informações com vocês desde já.”

Tim Cook lembra que as vendas do iPhone X, lançado no final de 2017, ficaram muito acima do esperado e por isso é difícil comparar as vendas do mesmo período com os iPhones de 2018. Para o CEO, um dos principais problemas é a força do dólar diante das moedas de países estrangeiros, como é o caso do Real Brasileiro.

“Sabíamos que a força do dólar nos Estados Unidos criaria obstáculos de câmbio que reduziria a nossa margem em comparação com o ano passado. […] Nós já esperávamos fraqueza econômica em alguns mercados emergentes. Acontece que isso teve um impacto muito mais significativos do que imaginamos.”

Para ele, o país em que mais tiveram problemas é a China. Com mais de 1 bilhão de habitantes, a China é extremamente importante para as empresas de tecnologia mesmo sendo emergente. Além dos problemas econômicos, as recentes discussões políticas entre o país asiático e os Estados Unidos dificultaram as relações da empresa por lá.

Outro problema de acordo com o CEO é que as operadoras oferecem cada vez menos subsídios na compra de aparelhos atrelados a algum plano (prática que nunca foi tão comum no Brasil). Cook chegou a dizer que a decisão da Apple de reduzir o preço do reparo da bateria do iPhone também fez com que várias pessoas deixassem de trocar o celular no último ano.

Mesmo diante de todos problemas, Tim Cook destacou outros pontos em que a Apple se saiu muito bem no último trimestre, como nas vendas do Apple Watch e AirPods.

“Nossa categoria de vestíveis cresceu mais de 50% em comparação com o mesmo período do ano passado, com o Apple Watch e os AirPods cada vez mais populares entre os presentes de Natal; o lançamento do MacBook Air e do Mac mini contribuíram para o crescimento do Mac e a chegada do novo iPad Pro impulsionou o crescimento da receita do iPad em dois dígitos.”

Tim Cook finalizou a carta dizendo que não pode intervir na situação econômica de cada país, mas que a Apple deve rever seu posicionamento para melhorar os resultados. Nos Estados Unidos e em alguns outros países, a Apple passou a pagar mais por aparelhos usados na troca por um novo.

Além disso, devem oferecer também mais descontos especiais por meio de operadoras e lojas autorizadas — já é possível encontrar o iPhone XR custando bem menos do que o preço oficial no Brasil, por exemplo.

Em uma nota relacionada, a Bloomberg descobriu que o CEO da Apple também enviou uma carta para alguns funcionários da empresa, convidando-os para uma reunião no antigo campus da Apple em Infinite Loop. O assunto é o mesmo: o futuro do iPhone.

Sobre o autor

Filipe Espósito é jornalista especializado em tecnologia. Criou o iHelp BR em 2009 para compartilhar dicas sobre dispositivos Apple e hoje também utiliza o espaço para cobrir notícias de tecnologia em geral. Atualmente também é editor do site especializado 9to5Mac.